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Da Redação
Publicado em 14 de março de 2011 às 16h58.
São Paulo - O dólar fechou em leve queda ante o real nesta segunda-feira, atento ao movimento da moeda no exterior e à possibilidade de o governo anunciar medidas no câmbio.</p>
A divisa norte-americana recuou 0,24 por cento, a 1,662 real na venda, na máxima alcançando variação positiva de 0,06 por cento.
"Se você observar a série de medidas que o governo vem tomando desde o ano passado, você vai ver que ele não consegue reverter (o viés de queda), porque lá fora a tendência que prevalece é de baixa", disse Jason Vieira, economista internacional da corretora Cruzeiro do Sul.
Em 2010, entre outras ações, o Banco Central reforçou as compras diárias de dólares no mercado à vista e dobrou para 4 por cento a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre investimentos estrangeiros em renda fixa, elevando alguns dias depois a taxa a 6 por cento.
Neste ano, o BC anunciou a imposição de depósito compulsório sobre posições cambiais vendidas excedentes dos bancos. As compras de dólares pela autoridade também passaram a ser feitas via swap cambial reverso e leilão a termo.
Apesar disso, a moeda norte-americana recuou em 4 de março ao menor patamar desde agosto de 2008, o que reacendeu expectativas de que o governo pudesse anunciar novas medidas para conter a alta do real. No final daquele dia, uma fonte do Ministério da Fazenda disse à Reuters que as autoridades revelariam medidas na semana passada.
Desde então, o mercado convive com perspectivas de ações sobre o câmbio, mas até agora o governo não se manifestou oficialmente.
"Acho que as autoridades decidiram mensurar melhor o impacto dos horrendos eventos no Japão... A última coisa que o governo quer é simultaneamente lançar as medidas e ter fortes saídas de recursos", afirmou o operador de câmbio de um banco em Nova York, sob condição de anonimato.
Para Vieira, as operações locais continuaram de olho na oscilação do dólar no exterior.
No final da tarde, a moeda norte-americana perdia valor ante uma cesta de divisas, influenciada principalmente pela valorização do iene, em meio a perspectivas de forte repatriação de recursos após o terremoto e tsunami que assolaram o nordeste japonês.