Mercados

Dólar cai ante real pelo 3º dia com melhora no humor externo

O movimento foi influenciado por comentários de autoridades chinesas, que procuraram arrefecer preocupações sobre o aperto de crédito no país

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2013 às 17h58.

São Paulo - O dólar recuou ante o real pela terceira sessão consecutiva nesta terça-feira, em meio a uma melhora do humor nas praças financeiras internacionais depois que declarações de autoridades do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, aliviaram temores sobre o fim do programa de estímulo do país.

O movimento foi influenciado também por comentários de autoridades chinesas, que procuraram arrefecer preocupações sobre o aperto de crédito no país, o que havia causado forte aversão a risco nos mercados globais na véspera.

O dólar recuou 0,7 % nesta terça-feira e 2 % nas últimas três sessões, para 2,2119 reais na venda. Segundo dados da BM&F, o volume negociado ficou em torno de 500 milhões de dólares.

A divisa dos Estados Unidos operou em queda em relação à moeda brasileira durante toda a sessão e, na mínima do dia, chegou a cair 1,03 %, para 2,2046 reais.

"O dólar já mudou a tendência na véspera por conta de declarações de membros do Fed, que aparentemente ficaram muito preocupados com a reação do mercado após o Bernanke", disse o consultor de pesquisas econômicas do Banco Tokyo-Mitsubishi Mauricio Nakahodo.

"Mas o mercado vai continuar volátil, reagindo a indicadores e declarações de autoridades", acrescentou.

Os mercados globais ficaram muito avessos a risco na semana passada após o chairman do Fed, Ben Bernanke, indicar que o programa de estímulo monetário do banco poderia ser reduzido ainda neste ano e encerrado em meados de 2014 se a recuperação da economia norte-americana se confirmar.

No entanto, o sentimento dos investidores melhorou depois que o presidente do Fed de Dallas, Richard Fisher, afirmou na véspera que o banco vai conduzir uma política expansionista mesmo se reduzir seu estímulo.

"Chegou a turma do apaga-incêndio", afirmou o economista da corretora H. Commcor Waldir Kiel. "Aqui, no cenário interno, o mercado está sobrecomprado (em dólares), então bastou um movimento contrário para desarmar essas posições de compra".


Apesar dessa melhora, o mercado continuava se mostrando sensível a indicadores econômicos, com o dólar reduzindo a queda ante o real e passando a subir em outros países após dados da economia norte-americana vierem acima das expectativas --o que justificaria uma redução do estímulo pelo Fed.

Em relação a uma cesta de moedas, o dólar subia 0,16 %, enquanto o euro caía 0,26 % frente a divisa dos Estados Unidos. Depois de cair mais de 1 %, o dólar recuava 0,62 % ante o peso mexicano.

No Brasil, o Banco Central realizou nesta terça-feira um leilão de swap cambial tradicional --equivalente a uma venda de dólares no mercado futuro-- com o objetivo de rolar até 66,6 mil contratos que vencem em 1º de julho. A autoridade monetária vendeu 65,5 mil novos contratos com vencimento em 1º de outubro e em 1º de novembro.

"O BC quer tranquilizar os investidores e, anunciando a rolagem, ele evita ainda mais volatilidade no mercado", disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarMoedasMercado financeiroFed – Federal Reserve System

Mais de Mercados

Governo do Canadá intervém para deter greve da Air Canada

Após lucro fraco, Air Canada enfrenta greve que paralisa 200 voos diários para os EUA

O que EUA e Argentina têm em comum? Investidores veem 'paralelos preocupantes'

Do Drex à inteligência artificial 'explicável': As 5 inovações que vão mudar o mercado financeiro