Mercados

Dólar cai ante real na véspera de reunião do PMDB

Às 9h05, o dólar recuava 0,38%, a 3,6644 reais na venda, após marcar a primeira alta semanal depois de quatro semanas em queda


	Dólares: o BC também não anunciou leilão de swap cambial reverso, que equivale a compra futura de dólares, para esta sessão
 (Thinkstock/BrianAJackson)

Dólares: o BC também não anunciou leilão de swap cambial reverso, que equivale a compra futura de dólares, para esta sessão (Thinkstock/BrianAJackson)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de março de 2016 às 10h40.

São Paulo - O dólar recuava cerca de 1 por cento e voltava abaixo de 3,65 reais nesta segunda-feira, com investidores apostando que a provável saída do PMDB da base do governo aumentaria as chances de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

O movimento vinha após nova mudança na rotina de intervenções do Banco Central no câmbio, que não anunciou nenhum leilão para este pregão.

Às 10:16, o dólar recuava 1,10 por cento, a 3,6379 reais na venda, após marcar a primeira alta semanal após quatro semanas consecutivas de queda.

"É a reta final. O mercado enxerga a saída do PMDB como o começo do fim do governo Dilma", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.

O PMDB reúne-se na terça-feira para tratar de seu futuro no governo e as expectativas são de que o maior partido da base aliada decida deixar o governo.

A provável saída do PMDB enfraqueceria as linhas de defesas do governo contra o impeachment no Congresso. Muitos operadores enxergam que a saída de Dilma do Palácio do Planalto é um passo para a recuperação da economia brasileira mas outros, porém, ressaltam que as turbulências políticas tendem a dificultar o ajuste econômico.

O recuo recente da moeda norte-americana, que também foi motivado pelo ambiente externo mais favorável, levou o BC a rever sua política de atuação no câmbio. No mês, até o pregão passado, o dólar acumulava queda de 8,05 por cento sobre o real.

A autoridade monetária voltou a ofertar na semana passada swaps cambiais reversos e reduziu a rolagem dos swaps tradicionais --contratos equivalentes a compra e venda futura de dólares, respectivamente.

Após o fechamento de quinta-feira, o BC informou que não fará nesta sessão leilão para rolagem de swaps tradicionais que vencem em abril, mas também não anunciou oferta de swaps reversos.

Se não voltar a rolar, após sete rolagens integrais consecutivas, terá reposto o equivalente a 6,745 bilhões de dólares, ou cerca de 67 por cento do lote total de swaps tradicionais, correspondente a 10,092 bilhões de dólares.

"O BC está dando dois passos para frente e um para trás.

Parece que ele não vai deixar o dólar cair muito, mas a estratégia dele está muito confusa", resumiu o operador de um banco nacional que negocia diretamente com o BC.

Alguns operadores especulam que o BC teria como meta evitar que o dólar recue abaixo de 3,60 reais no curto prazo, com medo de prejudicar as exportações em um momento de profunda recessão econômica.

Por outro lado, cotações altas da moeda norte-americana tendem a pressionar as expectativas de inflação deste ano, que vêm recuando recentemente.

Matéria atualizada às 10h40

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCâmbioDólarMDB – Movimento Democrático BrasileiroMercado financeiroMoedasPartidos políticos

Mais de Mercados

Boeing inicia demissões para reduzir 10% dos funcionários

Essa small cap “não vale nada” e pode triplicar de preço na bolsa, diz Christian Keleti

Morgan Stanley rebaixa ações do Brasil e alerta sobre ‘sufoco’ no fiscal

Petrobras: investimentos totais serão de US$ 111 bi até 2029 e dividendos vão começar em US$ 45 bi