Banco Central: o BC realizará leilão de linha, com a venda de até US$4 bilhões com promessa de recompra em dois lotes (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 22 de agosto de 2013 às 11h19.
São Paulo - O dólar registrava queda ante o real nesta quinta-feira, após atingir a máxima em quase cinco anos na sessão anterior, com um mercado descrito como tenso por operadores e de olho nas intervenções do Banco Central.
Às 10h34, o dólar recuava 0,14 por cento, a 2,4477 reais na venda. Na véspera, a moeda dos Estados Unidos subiu 2,39 por cento, para 2,4512 reais, o maior nível de fechamento desde 9 de dezembro de 2008, o auge da crise financeira.
"O mercado está bastante instável. O BC vai fazer leilão de swap, leilão de linha. Então, a gente está apreensivo. É um dia meio nervoso, parece que estamos num jogo de gato e rato", afirmou o superintendente de câmbio da Intercam, Jaime Ferreira.
Nesta quinta-feira, o BC realizará leilão de linha, com a venda de até 4 bilhões de dólares com promessa de recompra em dois lotes. O primeiro, ofertado entre 11h15 e 11h20, tem data de recompra em 1º de novembro de 2013 e o segundo, que ocorrerá das 11h30 às 11h35, tem data de recompra em 1º de abril de 2014.
Antes, porém, realizará novamente um leilão de swap cambial tradicional --equivalentes a venda futura de dólares--, com o objetivo de rolar os contratos com vencimento previsto para 2 de setembro deste ano. Serão ofertados 20 mil contratos, com vencimento em 1º de abril de 2014. O leilão ocorrerá entre das 10h30 as 10h40 e o resultado será divulgado a partir das 10h50.
"Hoje é o típico dia que não dá para lutar contra o BC. Mas o pessoal está nervoso e atento para saber se ele não vai fazer mais alguma coisa além do anunciado", afirmou um operador de câmbio de banco estrangeiro.
A queda do dólar no Brasil está em linha com os movimentos do mercado internacional. Diversas moedas latino-americanas, como o peso mexicano e o peso chileno, estão se valorizando.
Apesar de estar em linha com as praças estrangeiras, o real tem sofrido mais o impacto dos sinais de mudança da política monetária dos Estados Unidos, desvalorizando-se mais do que moedas com perfil similar, com a pressão vinda do mercado futuro, como mostrou o resultado do fluxo cambial da semana passada. O investidores estão desconfiados com a política econômica do país.
O Bank of America Merrill Lynch revisou a previsão de alta da moeda norte-americana em relação ao real, acreditando que o dólar deve se equilibrar agora em 2,40 reais no quatro trimestre deste ano, acima da previsão anterior de 2,20 reais.
"Acreditamos que o real está levemente subvalorizado após a recente forte depreciação. Mas o preço no curto prazo será determinado pelas taxas de juros globais, pela intervenção do Banco Central e a demanda por hedge de empresas", informou o banco.