Dólar: Banco Central brasileiro não anunciou intervenção no mercado de câmbio para a sessão de hoje (iStock/Thinkstock)
Reuters
Publicado em 10 de maio de 2017 às 11h33.
São Paulo - O dólar trabalhava com queda firme ante o real nesta quarta-feira, acompanhando o cenário externo e com os investidores mais otimistas com o andamento da reforma da Previdência, considerada importante para colocar as contas públicas em ordem.
Às 11:16, o dólar recuava 0,59 por cento, a 3,1661 reais na venda, depois de marcar a mínima do dia a 3,1567 reais. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 1 por cento.
"No resultado de ontem, o mercado entendeu que o governo teve mais força e pode conseguir mesmo passar o texto (da reforma da Previdência)", resumiu o gerente de tesouraria do Banco Confidence, Felipe Pellegrini.
Na noite passada, a comissão especial da reforma da Previdência concluiu a votação da proposta, com a recusa de nove dos dez destaques apresentados ao texto, que agora seguirá para apreciação em dois turnos no plenário da Câmara dos Deputados. O governo precisa reunir 308 votos para aprovar o texto, mas sabe que ainda não tem margem segura.
Outro fator que animava os investidores neste pregão era a expectativa de acordo no Senado para aceleração da reforma trabalhista, lembrou a corretora Lerosa em comentário a clientes. Na véspera, o presidente Michel Temer defendeu que a bancada do PMDB no Senado ajude a acelerar a votação da reforma na Casa.
O mercado também era influenciado pelo exterior, onde o dólar cedia ante uma cesta de moedas e divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano. Os investidores reagiam à demissão do diretor do FBI, James Comey, pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Comey liderava a investigação da agência sobre alegações de intromissão russa nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016 e possível conluio com a campanha de Trump.
O avanço do petróleo no exterior também contribuía para o recuo do dólar, comentaram profissionais. A commodity subia no exterior depois da queda maior do que a esperada nos estoques nos Estados Unidos e com as tentativas da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) de equilibrar o mercado por meio de cortes da produção.
O Banco Central brasileiro não anunciou intervenção no mercado de câmbio para esta sessão, por ora. Em junho, vencem 4,435 bilhões de dólares em swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares.