São Paulo - O dólar operava em queda ante o real nesta sexta-feira, após dados mostrarem que a economia dos Estados Unidos gerou menos vagas de trabalho do que o esperado em agosto, sugerindo que o banco central do país pode demorar para elevar os juros.

O mercado também continuava atento à cena eleitoral brasileira, com a divulgação de duas novas pesquisas eleitorais previstas para a partir da próxima terça-feira. Além disso, começavam a circular nas mesas de câmbio dúvidas sobre a rolagem dos swaps cambiais que vencem no mês que vem.

Às 10h54, a moeda norte-americana recuava 0,24 por cento, a 2,2381 reais na venda. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 7 milhões de dólares.

"A melhora no mercado de trabalho poderia ser inflacionária. Como ela não se confirmou, há menos pressão para o Fed aumentar juros", explicou o superintendente de câmbio da corretora Advanced, Reginaldo Siaca, referindo-se ao Federal Reserve, banco central norte-americano.

Os EUA criaram 142 mil vagas fora do setor agrícola no mês passado, ritmo mais lento em oito meses. Economistas projetavam geração de 225 mil vagas no período.

No Brasil, operadores identificavam como o principal determinante da trajetória do câmbio nas próximas semanas o resultado das novas pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial.

A ex-senadora Marina Silva (PSB) tem aparecido como vitoriosa em um eventual segundo turno contra a presidente Dilma Rousseff (PT), e a perspectiva de vitória da candidata da oposição tem animando o mercado, que critica firmemente a condução da política econômica do atual governo.

Contudo, as mais recentes pesquisas Ibope e Datafolha mostraram redução na distância entre as duas candidatas, e agora os investidores aguardam as próximos pesquisas para confirmar a tendência de um segundo turno apertado.

Além disso, o mercado se pergunta sobre a rolagem do equivalente a 6,677 bilhões de dólares em swaps cambiais, correspondentes a venda futura de dólares, que vencem em 1º de outubro. Isso porque o Banco Central brasileiro até agora não anunciou o início da rolagem do lote.

"Há uma dúvida no mercado porque parece uma sinalização de que ele está confortável com o dólar nesse patamar mais baixo.

Mas como o lote do mês que vem é menor, também é normal que demore um pouco mais (para anunciar). A postura do mercado, por enquanto, é de esperar para ver", disse um operador de um importante banco nacional que não quis ser identificado.

Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 4 mil swaps na sua intervenção diária no mercado de câmbio. Foram 2 mil contratos para 1º de junho e 2 mil para 1º de setembro, com volume equivalente a 197,6 milhões de dólares.