Notas de dólar: às 10h14, o dólar recuava 0,50%, a 3,5578 reais na venda, após cair 0,19% na sessão passada (Adam Gault/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 25 de maio de 2016 às 10h39.
O dólar recuava frente ao real nesta quarta-feira, após o governo do presidente interino Michel Temer passar por seu primeiro teste no Congresso Nacional com a aprovação de meta de déficit primário de 170,5 bilhões de reais para este ano e em meio ao bom humor nos mercados externos.
A queda era limitada, porém, porque operadores evitavam fazer grandes apostas antes do feriado de Corpus Christi, que manterá os mercados fechados na quinta-feira e deve limitar a liquidez na sexta-feira.
Às 10h14, o dólar recuava 0,50%, a 3,5578 reais na venda, após cair 0,19% na sessão passada. O dólar futuro recuava cerca de 0,4%.
"Agora passou a lua-de-mel e o governo Temer está dando os primeiros passos no Congresso, começando a tomar as medidas concretas", disse o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.
O Congresso aprovou na madrugada desta quarta-feira a nova meta fiscal para este ano, alterando a meta original de superávit primário de 24 bilhões de reais.
Muitos operadores temiam que o processo fosse turbulento, considerando que a Comissão Mista de Orçamento (CMO) cancelou duas vezes nesta semana sessão que analisaria o tema.
Ainda assim, investidores continuavam cautelosos em relação às perspectivas políticas brasileiras e ressaltaram que os esforços para reequilibrar as contas públicas ainda podem enfrentar muitas dificuldades no Legislativo.
Na segunda-feira, o governo propôs as primeiras medidas econômicas nesse sentido, incluindo limitação dos gastos públicos, incluindo saúde e educação, e recursos do BNDES e do Fundo Soberano.
O dólar também recuava em outros mercados emergentes, com a alta dos preços de commodities como o petróleo alimentando a demanda por ativos de maior risco, como aqueles denominados em moedas emergentes.
No Brasil, porém, o impacto do bom humor era limitado pela cautela pré-feriado, especialmente levando em conta o noticiário político intenso dos últimos meses. O volume de negócios estava baixo, mantendo a tendência vista nas últimas semanas.
"Ninguém quer ficar exposto e ser pego de costas por outra denúncia, outra crise", disse o operador de uma corretora internacional.
O Banco Central não anunciou qualquer intervenção cambial para esta sessão, mantendo-se ausente do mercado pela quinta sessão consecutiva.