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Dólar cai abaixo de R$3,70 com atuação do BC no mercado

Às 11:59, o dólar recuava 0,69%, a 3,6808 reais na venda, depois de despencar 5,59% na sexta-feira, maior queda em quase 10 anos

BC: o Banco Central conseguia conter o dólar após anunciar leilão de até 50 mil novos swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, nesta sessão (Tsokur/Thinkstock)

BC: o Banco Central conseguia conter o dólar após anunciar leilão de até 50 mil novos swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, nesta sessão (Tsokur/Thinkstock)

São Paulo - O dólar firmou trajetória de baixa e já operava abaixo de 3,70 reais nesta segunda-feira, após o Banco Central anunciar intervenção no mercado, ofuscando a influência externa e a tentativa de correção ao tombo de mais de 5 por cento da última sessão.

Às 11:59, o dólar recuava 0,69 por cento, a 3,6808 reais na venda, depois de despencar 5,59 por cento na sexta-feira, maior queda em quase 10 anos.

Na máxima do dia, a moeda norte-americana foi a 3,7309 reais e, na mínima, a 3,6755 reais. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,75 por cento.

O BC conseguia conter o dólar após anunciar leilão de até 50 mil novos swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, nesta sessão. Vendeu integralmente a oferta, de 2,5 bilhões de dólares, somando neste mês 13,116 bilhões de dólares em novos swaps.

Diferentemente do que vinha fazendo, o BC não anunciou no pregão anterior, quando o dólardespencou sobre o real, leilão de novos swaps cambiais para a sessão seguinte. Ele vinha ofertando diariamente até 15 mil novos contratos desde 21 de maio passado e, de 14 a 18 de maio, o BC também tinha feito oferta extra, mas de até 5 mil contratos novos.

"Ele (o BC) não pode dar previsibilidade porque cria uma banda, um teto e um piso, e mercado fica esperando", disse o gestor de derivativos de uma corretora local.

Após a forte disparada do dólar e das taxas de juros futuros, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, disse na quinta-feira passada que o órgão ofereceria mais 20 bilhões de dólares em novos swaps até o fim desta semana.

No pregão passado, assim, vendeu integralmente o lote de até 15 mil novos swaps, e também a oferta integral de até 60 mil contratos, dentro dessa nova estratégia.

O BC também realizou nesta segunda-feira leilão de até 8.800 swaps para rolagem do vencimento de julho, já somando 3,080 bilhões de dólares do total de 8,762 bilhões de dólares que vence em julho. Se mantiver esse volume até o final do mês, rolará integralmente o total.

"Serão 20 bilhões de dólares até sexta-feira, isso pode ajudar o dólar a cair um pouco mais, até 3,65 reais, 3,60 reais, no máximo. Mas o dólar só vai ficar mais fraco aqui se o Fed não trouxer surpresas", afirmou o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior, ao lembrar que haverá reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano nesta semana, em meio a expectativas no mercado de que possa elevar mais do que o esperado os juros na maior economia do mundo.

Por ora, as apostas ainda são majoritárias para três altas de juros este ano, a segunda esperada para esta semana. Mas os indicadores recentes podem levar o Fed a indicar que pode ampliar o passo, o que tem potencial para atrair aos EUA recursos hoje aplicado em outras praças, como a brasileira.

No exterior, o dólar tinha leve baixa ante a cesta, mas subia ante as divisas de países emergentes, como os pesos mexicano e chileno.

"O clima não é favorável para o dólar cair", afirmou , acrescentou Faria Júnior.

A cena política também continuava no radar dos mercados nesta sessão. Pesquisa Datafolha divulgada na véspera, no entanto, acabou servindo para trazer alguma calma aos agentes.

O levantamento mostrou que o deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ) liderava a corrida presidencial quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não aparece na disputa, seguido pela ex-senadora Marina Silva (Rede), mas a maior fatia do eleitorado se diz sem candidato.

Também mostrou que, que nos cenários sem Lula, Marina variava de 14 a 15 por cento, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) oscilava entre 10 e 11 por cento, o tucano Geraldo Alckmin tinha 7 por cento e senador Alvaro Dias (Podemos), 4 por cento.

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