Dólar: o cenário externo também ajudava no movimento de baixa do dólar (Gary Cameron/Reuters)
Reuters
Publicado em 9 de novembro de 2017 às 10h29.
São Paulo - O dólar recuava nesta quinta-feira e abaixo de 3,25 reais, mantendo o movimento da véspera com os investidores mais otimistas com a possibilidade de aprovação de alguns pontos da reforma da Previdência.
Às 10:19, o dólar recuava 0,56 por cento, a 3,2455 reais na venda, depois de tocar 3,2401 reais na mínima do dia. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,30 por cento.
"O mercado está olhando de forma positiva o retorno das negociações (em torno da reforma da Previdência)... Há chances de a moeda voltar a operar na casa de 3,20 reais no curtíssimo prazo", disse o diretor de operações da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer.
Nesta semana, o governo fez uma verdadeira força-tarefa para tentar angariar apoio político e tentar votar, mesmo que alguns pontos, a reforma da Previdência, considerada essencial para colocar as contas públicas do país em ordem.
O movimento veio após o presidente Michel Temer dar a entender, no início da semana, que teria desistido de aprovar a reforma, causando reações negativas nos mercados financeiros.
Na véspera, o relator da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, Arthur de Oliveira Maia (PPS-BA), afirmou que o foco será a idade mínima e o fim dos privilégios e que espera que a votação ocorra até o dia 15 de dezembro na Casa.
Nesta sessão, as negociacões continuavam. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) recebe Temer, líderes do Congresso e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em sua residência.
Apesar do maior otimismo agora, o dólar mudou de patamar frente ao real recentemente justamente pelos temores de que o governo não teria força política para dar andamento à agenda econômica no Congresso Nacional.
Entre meados de julho e o início de outubro, o dólar basicamente rondou os patamares de 3,15 e 3,20 reais e, depois disso, chegou a encostar no patamar de 3,30 reais.
O mercado vinha precificando cada vez mais temores de que o governo não conseguirá tirar a reforma da Previdência do papel, tanto pela aproximação do ano eleitoral de 2018 quanto pelo desgaste político no Congresso Nacional após Temer ter negociado com a base para segurar denúncias contra ele.
O cenário externo também ajudava no movimento de baixa do dólar. A moeda norte-americana caía ante uma cesta de moedas e algumas divisas de países emergentes, como o rand sul-fricano e o peso mexicano.