Dólar: Banco Central não anunciou qualquer intervenção no mercado de câmbio nesta sessão (Ricardo Moraes/Reuters)
Reuters
Publicado em 8 de setembro de 2017 às 11h50.
Última atualização em 4 de outubro de 2017 às 17h40.
São Paulo - O dólar recuava nesta sexta-feira e já operava abaixo de 3,10 reais, com os investidores animados após as vitórias recentes do governo no Congresso, que podem ajudar na votação da reforma da Previdência, e depois de Antonio Palocci afirmar em depoimento que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha uma conta de propinas com a Odebrecht.
Às 11:28, o dólar recuava 0,47 por cento, a 3,0875 reais na venda, depois de bater a mínima de 3,0825 reais, menor nível intradia desde 21 de março (3,06 reais). O dólar futuro tinha queda de cerca de 0,30 por cento.
"Condições financeiras ainda frouxas lá fora são ventos a favor, ainda. Por aqui, o noticiário tem fortalecido o governo Temer, e afasta, em alguma medida, o 'risco-eleições'", avaliou a corretora Guide em relatório.
O governo conseguiu avançar nesta semana no Congresso com a aprovação da mudança das metas fiscais e também com a criação da Taxa de Longo Prazo (TLP), que contribuirá para o ajuste nas contas públicas ao reduzir os subsídios dos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Com isso, cresceu o otimismo dos investidores para aprovação da reforma da Previdência. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que vai pautar sua votação para outubro, após análise da reforma política pelos deputados, segundo a imprensa.
Os investidores também ficaram mais animados com as eleições do próximo ano, depois que cresceram as chances de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não disputar o pleito em meio à delação do ex-ministro Antonio Palocci. Ele é considerado um candidato menos comprometido com o ajuste das contas públicas.
Em seu depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, Palocci disse que a Odebrecht estabeleceu uma conta de 300 milhões de reais para Lula e o PT para manter uma boa relação com o governo durante o mandato de Dilma Rousseff.
Os investidores também acompanhavam a trajetória do dólar no exterior, com queda firme ante uma cesta de moedas, depois de já ter cedido na véspera, levando a um ajuste aqui no Brasil, que não operou por causa do feriado do Dia da Independência.
A perspectiva de que um novo aumento de juros nos Estados Unidos possa não acontecer neste ano favorece a manutenção de recursos em praças mais atrativas, como a brasileira.
"Há algum suporte nessa região de 3,08 reais. Mesmo com otimismo, mercado vai se questionar se é hora de ir a 3,05 reais. Continuo vendo um intervalo de 3,10 reais a 3,15 reais", informou o operador da H.Commcor, Cleber Alessie Machado.
O Banco Central não anunciou qualquer intervenção no mercado de câmbio nesta sessão, por ora. Em outubro, vencem 9,975 bilhões de dólares em contratos de swap cambial tradicional --equivalentes à venda de dólares no mercado futuro.