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Dólar cai a R$ 5,05 e fica no menor patamar desde julho. O que esperar?

Fluxo estrangeiro para ativos brasileiros continua dando força ao real, que recua mais de 9% em 2022

Entrada de capital estrangeiro no País continua trazendo dólares para o Brasil e derrubando a cotação | Foto: Igor Golovniov/Getty Images (Igor Golovniov/Getty Images)

Entrada de capital estrangeiro no País continua trazendo dólares para o Brasil e derrubando a cotação | Foto: Igor Golovniov/Getty Images (Igor Golovniov/Getty Images)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 22 de fevereiro de 2022 às 17h59.

Última atualização em 22 de fevereiro de 2022 às 18h40.

O dólar comercial registrou outro dia de forte queda contra o real. A moeda caiu pelo sétimo pregão dos últimos oito, fechando em baixa de 1,09%, aos 5,0511 reais. 

Esta é a menor cotação para a moeda americana desde o dia 1º de julho do ano passado, quando o dólar encerrou a sessão negociado a 5,0447 reais. Em fevereiro, o dólar recua 4,80%, aprofundando o movimento de queda da moeda no ano para 9,37%. 

A explicação para a trajetória de queda está na entrada de capital estrangeiro no País, que continua trazendo dólares para o Brasil e derrubando a cotação. Em 2022, o investidor estrangeiro ingressou com 55,8 bilhões de reais na B3, sendo 23,3 bilhões de reais apenas este mês. 

O estrangeiro é atraído pela alta taxa básica de juros brasileira, atualmente em 10,75% ao ano. “O aumento da Selic elevou o prêmio de risco para se investir em títulos públicos brasileiros, o que atrai o capital do investidor estrangeiro, especialmente em um momento no qual o Banco Central americano (Fed) ainda não começou a subir a taxa nos EUA. Isso fornece uma margem para a busca de papéis em outras economias”, afirmou, em comentário, Paloma Brum, analista de investimentos da corretora Toro Investimentos.

Outro ponto de atração são as ações ofertadas na bolsa brasileira. Grande parte do fluxo de capital internacional está sendo direcionado para ações de commodities, que são justamente as de maior peso no mercado local, com destaque para Petrobras (PETR3/PETR4) e Vale (VALE3). O dólar também recuou nesta terça-feira em outros mercados exportadores de commodities, como Chile, Colômbia e África do Sul.

Analistas alertam, no entanto, que o movimento pode estar próximo de uma correção. 

“É prudente registrar que o movimento [de apreciação do real contra o dólar] está esticado. Não quero com isso dizer que deve reverter a tendência de apreciação da moeda local, pelo contrário, mas que algum tipo de correção deve acontecer nos próximos dias, especialmente dado os suportes relevantes que estão sendo testados em termos gráficos”, afirma, em nota, André Perfeito, economista-chefe da corretora Necton Investimentos.

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