Notas de dólar: às 10:50, o dólar recuava 0,98 por cento, a 3,7561 reais na venda , mas chegou à 3,7356 reais na mínima do dia (Gary Cameron/Reuters)
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2015 às 12h40.
São Paulo - O dólar caía cerca de 1 por cento, voltando a 3,75 reais nesta sexta-feira, um dia após o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, reforçar as expectativas de que a taxa de juros norte-americana deve subir somente em 2016, mas com os investidores ainda atentos à conturbada cena política e econômica no Brasil.
Às 10:50, o dólar recuava 0,98 por cento, a 3,7561 reais na venda , mas chegou à 3,7356 reais na mínima do dia. Só nos últimos cinco pregões, a moeda norte-americana acumulou queda de 5,23 por cento ante o real.
A ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), divulgada na véspera, mostrou que o Fed acreditava que a economia do país estava perto de justificar alta de juros no mês passado, mas seus membros decidiram que seria prudente esperar por evidências de que a desaceleração da economia global não está tirando a atividade norte-americana dos trilhos.
"Ao deixar evidente sua falta de segurança no que tange à elevação dos juros do país..., a instituição justifica sua conduta e motiva o investidor a partir para o risco novamente", escreveu o operador da Correparti, em nota a clientes, Ricardo Gomes da Silva Filho.
A perspectiva de manutenção dos juros quase zerados nos EUA sustenta a atratividade de investimentos em países emergentes, que oferecem taxas mais altas.
Neste cenário, o dólar também caía frente a outras moedas, como o peso mexicano e o chileno. Apesar da queda expressiva nesta manhã, as incertezas políticas locais seguiam no radar dos investidores, com potencial de voltar a pressionar o dólar.
Entre elas, a análise dos vetos presidenciais pelo Congresso Nacional, adiada duas vezes esta semana por falta de quórum, e a apreciação também pelo Legislativo a rejeição das contas públicas de 2014 feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que abre espaço para eventual processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
"Não dá para saber até quando essa queda (do dólar) se sustenta", disse o operador de câmbio da B&T Corretora Marcos Trabbold.
"Se piorar muito, a tendência é voltar tudo", disse, referindo-se à cotação no patamar de 4 reais.
Nesta manhã, o Banco Central dará continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em novembro, com oferta de até 10.275 contratos, que equivalem à venda futura de dólares.