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Dólar cai 1% e vai abaixo de R$3,60, de olho em Fed

A manutenção de juros baixos na maior economia do mundo sustentaria a atratividade de papéis de países como o Brasil


	Dólar: às 10h34, o dólar recuava 1,11 por cento, a 3,5613 reais na venda
 (Ingram Publishing/ThinkStock)

Dólar: às 10h34, o dólar recuava 1,11 por cento, a 3,5613 reais na venda (Ingram Publishing/ThinkStock)

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Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2015 às 11h43.

São Paulo - O dólar recuava 1 por cento e voltava abaixo de 3,60 reais nesta quinta-feira, em meio a expectativas de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, possa postergar o aumento de juros que era esperado para setembro devido às turbulências financeiras globais provocadas por preocupações com a economia chinesa.

Às 10:34, o dólar recuava 1,11 por cento, a 3,5613 reais na venda.

"Declarações de autoridades diminuíram o foco (em uma alta dos juros nos EUA) em setembro", afirmaram analistas do Scotiabank em nota a clientes, referindo-se ao pronunciamento do presidente do Fed de Nova York, William Dudley, de que o início do aperto monetário no mês que vem passou a ser "menos convincente" do que há algumas semanas diante das turbulências nos mercados.

A manutenção de juros baixos na maior economia do mundo sustentaria a atratividade de papéis de países como o Brasil.

Essa expectativa ofuscou até mesmo o crescimento acima do esperado da economia norte-americana no segundo trimestre, divulgado nesta manhã, uma vez que operadores consideraram que o dado não reflete o impacto da volatilidade recente nos mercados globais.

No Brasil, contribuía para o alívio do câmbio o cenário interno um pouco mais positivo. Operadores citavam a concessão pelo Tribunal de Contas da União (TCU) de mais 15 dias para o governo federal explicar pontos adicionais sobre as contas de 2014 e declarações da agência Moody's que sugeririam que o Brasil não deve perder seu selo de bom pagador.

Outro fator importante para explicar a queda do dólar ante ao real nesta sessão são as expressivas altas recentes. Segundo operadores, o movimento não só abriu espaço para ajustes de carteira, como também levou investidores a especularem sobre possível aumento na intervenção do Banco Central.

A divisa dos EUA acumulou alta de 5,16 por cento sobre o real neste mês até a véspera e foi às máximas em mais de doze anos, em um movimento que teve como pano de fundo a profunda queda das bolsas chinesas, que reverberou nos mercados em todo o mundo. Cotações mais altas tendem a pressionar a inflação, pois encarecem importados.

"O dólar é assim mesmo: dá dois passos para frente e um para trás, porque sabe que o BC está de olho", disse o superintendente de câmbio da corretora Tov, Reginaldo Siaca.

Mais tarde, o BC dará continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em setembro, com oferta de até 11 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares.

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