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Dólar cai 0,85%, mas sobe na semana com temores sobre Previdência

A votação da reforma foi agendada para 19 de fevereiro na Câmara dos Deputados, depois de o governo atuar fortemente para tentar angariar apoio

Dólar: em três semanas, a moeda subiu 2,34% (Getty Images/Getty Images)

Dólar: em três semanas, a moeda subiu 2,34% (Getty Images/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 15 de dezembro de 2017 às 18h02.

São Paulo - O dólar recuou ante o real nesta sexta-feira, num movimento de correção após as recentes altas geradas por preocupações com a votação da reforma da Previdência que, na véspera, foi adiada para o início de 2018.

O movimento, no entanto, não impediu que a moeda norte-americana fechasse em alta nesta semana, a terceira seguida, em meio a temores de que o país possa ser rebaixado novamente por agências de classificação de risco.

O dólar recuou 0,85 por cento, a 3,3080 reais na venda, fechando a semana com valorização de 0,40 por cento. Em três semanas, subiu 2,34 por cento.

O dólar futuro tinha queda de cerca de 1 por cento no final da tarde.

"Com a definição da data da votação (da reforma) para fevereiro, o mercado deve ter menos movimentos bruscos, ficar mais em cima de fundamentos, acompanhando ativos internos e externos", afirmou o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.

A votação da reforma foi agendada para 19 de fevereiro na Câmara dos Deputados, depois de o governo atuar fortemente para tentar angariar apoio político para aprová-la na Casa ainda neste ano.

Sem sucesso, o temor agora dos agentes econômicos é que o Brasil possa ser novamente rebaixado pelas agências de classificação de risco, já que a reforma da Previdência é considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem e estancar a escalada da dívida do país.

Na véspera, a agência Moody's informou que o adiamento da votação era fator negativo para o Brasil, enquanto que para a Fitch novos adiamentos podem colocar em risco a viabilidade do teto de gastos e a estabilização da dívida no médio prazo.

Passar a votação da reforma para fevereiro, na avaliação da consultoria Eurasia, reduziu as chances a 30 por cento, sobre 40 por cento antes, dela ser aprovada. "A reforma da Previdência continua possível, embora agora apenas uma estratégia de comunicação muito eficaz... possa virar a maré no Congresso durante um ano eleitoral", trouxe a Eurasia em nota.

O Banco Central vendeu o total de até 14 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de janeiro. Até agora, rolou o equivalente a 7,7 bilhões de dólares do total de 9,638 bilhões de dólares que vencem no mês que vem.

Nesta sessão, os investidores também acompanharam a trajetória do dólar no exterior, onde operava em queda ante divisas de países emergentes, como o rand sul-africano e o peso chileno. 

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