Mercados

Dólar cai 0,85% com exterior e alívio na cena política

No exterior, o dólar recuava frente a outras moedas emergentes, como os pesos mexicano e chileno, e frente a uma cesta de moedas

Dólar: na mínima do dia, a moeda norte-americana marcou 3,3823 reais e, na máxima, 3,4147 reais (Ingram Publishing/Thinkstock)

Dólar: na mínima do dia, a moeda norte-americana marcou 3,3823 reais e, na máxima, 3,4147 reais (Ingram Publishing/Thinkstock)

R

Reuters

Publicado em 28 de novembro de 2016 às 17h17.

São Paulo - O dólar fechou a segunda-feira em queda acentuada ante o real, diante do alívio com a cena política brasileira depois da queda de mais um ministro do governo do presidente Michel Temer, e com o recuo da moeda norte-americana no exterior.

O dólar recuou 0,85 por cento, a 3,3846 reais na venda. O dólar futuro cedia cerca de 0,9 por cento no final da tarde.

Na mínima do dia, a moeda norte-americana marcou 3,3823 reais e, na máxima, 3,4147 reais.

"Acompanhamos o exterior e, com a sinalização positiva de Temer (presidente Michel Temer) ontem, somado ao fato de não termos nenhuma novidade política, o dólar teve espaço para cair ante o real hoje", comentou o agente autônomo da assessoria de investimentos Criteria, Felipe Favero.

Ele se referia à entrevista do presidente Michel Temer que, junto com os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tentou aliviar os ânimos dos agentes econômicos ao afirmar que o governo fez um acordo com o Congresso para evitar a tramitação de uma proposta de anistia ao caixa 2 eleitoral, que estava sendo gestada na Câmara.

A ação do presidente aconteceu depois que o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero afirmou em depoimento à Polícia Federal que Temer o pressionou para encontrar uma "saída" para o caso de uma obra de interesse do agora ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima, que pediu demissão por conta da denúncia.

O temor dos mercados veio porque a avaliação era de que, com mais uma crise política, importantes medidas econômicas que precisam da aprovação do Congresso Nacional poderiam não sair do papel.

O mercado ainda não chegou a um denominador comum sobre a crise e, por isso, a cautela deve imperar no curto prazo.

"O mercado monitora o assunto e seus efeitos nos ativos", comentou um operador da mesa de câmbio de uma corretora nacional.

No exterior, o dólar recuava frente a outras moedas emergentes, como os pesos mexicano e chileno, e frente a uma cesta de moedas.

O movimento era considerado uma correção após as fortes altas com a surpreendente vitória de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.

A ausência do Banco Central brasileiro no mercado de câmbio pode ter contido um pouco a queda nesta sessão, segundo alguns profissionais.

A autoridade monetária concluiu a rolagem dos swaps tradicionais, equivalente à compra futura de dólares, de dezembro no último dia 22 e depois não fez novas intervenções.

Caso o dólar venha a se apreciar, o BC pode dar início à rolagem dos contratos com vencimento em janeiro, num total de 5 bilhões de dólares.

O nível entre 3,45 reais e 3,50 reais já deixava o mercado atento, porque foi quando o BC anunciou que passaria a fazer swaps tradicionais.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralDólarMichel Temer

Mais de Mercados

BTG vê "ventos favoráveis" e volta recomendar compra da Klabin; ações sobem

Ibovespa fecha em queda e dólar bate R$ 5,81 após cancelamento de reunião sobre pacote fiscal

Donald Trump Jr. aposta na economia conservadora com novo fundo de investimento

Unilever desiste de vender divisão de sorvetes para fundos e aposta em spin-off