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Dólar cai 0,86% com notícia de reajuste dos combustíveis

Moeda à vista no balcão recuou R$ 2,0710 após reversão de medida cambial e fala de Mantega


	Câmbio: "o governo agora não quer que a taxa de câmbio influencie a inflação", afirmou o gerente de câmbio da Treviso Corretora
 (Getty Images)

Câmbio: "o governo agora não quer que a taxa de câmbio influencie a inflação", afirmou o gerente de câmbio da Treviso Corretora (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 19 de dezembro de 2012 às 16h38.

São Paulo - O dólar chegou a cair 1% ao longo da tarde desta quarta-feira, influenciado pelas declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre reajuste de combustíveis em 2013, e por efeitos da reversão de medida cambial, anunciada na terça-feira pelo Banco Central (BC).

A afirmação do ministro de que possivelmente haverá aumento do combustível no próximo ano deu fôlego ao declínio da moeda norte-americana ao se somar à flexibilização pelo BC nas regras que acabam por encorajar que instituições aumentem suas posições vendidas em dólares. A ampliação de US$ 1 bilhão para US$ 3 bilhões do limite de posição vendida em dólar livre de depósito compulsório para instituições financeiras é vista como redução das restrições para que sejam aumentadas as apostas em declínio da moeda norte-americana. Ao final do dia, o dólar à vista no balcão marcou queda de 0,86%, a R$ 2,0710.

"A declaração do ministro é um ponto importante nesta apreciação do real, junto com a sequência de medidas adotadas e provisão de liquidez", afirmou o consultor de pesquisas econômicas do Banco de Tokyo-Mitsubishi UFJ, Maurício Nakahodo. "Já há uma inflação contratada para 2013, uma vez que no primeiro trimestre a inflação deve continuar em patamares elevados por questões sazonais, como educação e tarifas, e a possível alta do combustível, que praticamente neutraliza o impacto benéfico de redução de tarifa de energia elétrica", acrescentou.

O gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, pondera que "o governo agora não quer que a taxa de câmbio influencie a inflação". "A forma que tem para isso é afrouxar as regras para melhorar o fluxo de ingresso de divisas para o País, o que leva a uma valorização mais forte do real." Quando a moeda apresentava queda da ordem de 1% hoje, a pergunta que emergia entre os operadores era qual o nível do dólar em que provavelmente o Banco Central entraria no mercado, o que, ao se confirmar, acabaria fazendo com que os agentes financeiros inferissem tal patamar como piso preferencial de oscilação da moeda.


Com os leilões de linha, como são conhecidos os leilões de venda de moeda conjugada com recompra, e também com medidas que focam não apenas exportadores como também instituições financeiras, Galhardo observa que "o BC tem agido para aliviar o caixa dos bancos, com relação às linhas externas", prosseguiu, em referência às obrigações ao final de ano das empresas, que acabam por intensificar as remessas corporativas ao exterior no encerramento do trimestre corrente.

Com o reajuste de combustíveis já no radar dos analistas de mercado para 2013, o entendimento é de que o cenário para a inflação tem deterioração e, como resultado, há menos espaço para valorização do dólar, com objetivo de controlar a influência sobre os preços domésticos.

Pela manhã, o dólar acentuava as perdas ante o real após o leilão do BC de venda de dólares com recompra da moeda no valor de até US$ 2 bilhões. A taxa de venda foi de R$ 2,0966 e a taxa para recompra em 1º de fevereiro ficou em R$ 2,1105, embutindo alta de 0,66%.

Nesta quarta-feira, o dólar à vista chegou a apresentar queda de 1,01%, ao bater a mínima de R$ 2,0680. Em todo o dia, a moeda norte-americana permaneceu no terreno negativo, sendo que, na máxima, ficou em R$ 2,0820, com queda de 0,34%. O giro financeiro foi mais magro e somava US$ 1,507 bilhão (US$ 1,442 bilhão em D+2) em torno das 16h30. No mesmo horário, o dólar para janeiro de 2013 era cotado a R$ 2,0705, com queda de 1,08%.

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