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Dólar sobe perto de 1% e cotação passa dos R$ 4,43

No início da tarde, moeda norte-americana chegou a passar da marca recorde dos R$ 4,44

Dólar: moeda americana registra novo recorde em reabertura de mercado de câmbio (Yuji Sakai/Getty Images)

Dólar: moeda americana registra novo recorde em reabertura de mercado de câmbio (Yuji Sakai/Getty Images)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 26 de fevereiro de 2020 às 13h19.

Última atualização em 26 de fevereiro de 2020 às 15h54.

São Paulo — O dólar operava em alta superior a 1% contra o real na primeira sessão da semana, mesmo após o Banco Central anunciar dois leilões de swap tradicional extraordinários, em meio a temores dos investidores sobre a rápida disseminação do coronavírus.

Por volta das 15h49, o dólar comecial avançava 0,90%, cotado a 4,4331 reais na venda, impulsionado pela aversão a risco nos mercados de câmbio. Na máxima do dia, por volta das 14h, chegou a bater 4,445 reais.

Por todo o globo, o crescente número de casos da doença deixava os mercados nervosos, principalmente com aumento de casos fora da China, onde surgiu o vírus. Até esta sessão, o número de mortos na Itália havia chegado a 19; na Coreia do Sul, o número de novos casos foi a 1.260, enquanto a Grécia e o Brasil registraram seus primeiros infectados.

O ministro da Saúde brasileiro, Luiz Henrique Mandetta, confirmou nesta quarta-feira o primeiro caso de infecção em São Paulo, de um homem de 61 anos que esteve na Itália.

"O Brasil é só mais um (país com caso confirmado)", disse Alvaro Bandeira, economista-chefe do banco digital Modalmais. "Nesse final de semana do Carnaval teve um alastramento grande do vírus. Era razoavelmente esperado que essa alta do dólar pudesse acontecer", completou, citando a baixa liquidez devido à Quarta-feira de Cinzas.

O movimento de força da moeda norte-americana seguia a tendência internacional, com o dólar ganhando valor ante 21 de seus 33 principais pares. Moedas arriscadas, como dólar australiano, peso argentino e peso mexicano registravam as quedas mais acentuadas, além do real.

Em tentativa de limitar o impacto da aversão a risco sobre o mercado local, o Banco Central do Brasil anunciou nesta quarta-feira, antes da abertura, leilão de até 10 mil contratos de swap tradicional com vencimento em agosto, outubro e dezembro de 2020, em que vendeu todos os contratos.

A autarquia também ofertará na quinta-feira, entre 9h30 e 9h40, até 20 mil contratos de swap tradicional com vencimento em agosto, outubro e dezembro deste ano.

Segundo a Commcor DTVM, esses leilões extraordinários são "sinalização de vigilância àqueles que tendem a se aproveitar do cenário para elevar a cotação da divisa norte-americana por aqui".

Bandeira, do Modalmais, disse que o comportamento do dólar daqui para frente dependerá de possíveis novas atuações do BC.

Na última sessão, na sexta-feira antes do Carnaval, o dólar interbancário teve variação positiva de 0,04%, a 4,3932 reais na venda, mas chegou a bater a máxima recorde de 4,4073 reais na máxima do pregão.

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