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Dólar avança cerca de 1% ante real com BC e cenário político

Às 9h09, o dólar avançava 1,03%, a 3,7148 reais na venda, depois de subir 2,11% na véspera


	Câmbio: o BC fará leilão de swap cambial reverso, equivalentes a compra futura de dólares
 (Bruno Domingos/ Reuters)

Câmbio: o BC fará leilão de swap cambial reverso, equivalentes a compra futura de dólares (Bruno Domingos/ Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de março de 2016 às 10h40.

São Paulo - O dólar avançava frente ao real nesta quinta-feira e encostava em 3,70 reais, reagindo à atuação do Banco Central, ao cenário político conturbado no Brasil e à alta da moeda norte-americana nos mercados externos.

Às 10h21, o dólar avançava 0,54%, a 3,6967 reais na venda, após subir mais de 1% e atingir 3,7225 reais na máxima da sessão. A moeda norte-americana havia avançado 2,11% na véspera, também reagindo à ação do BC.

"Aquele cenário de dólar caindo na direção dos 3,50 reais parece menos provável agora. A trajetória pode ser de queda se o (cenário) político melhorar, mas com bastante volatilidade", disse o operador da corretora B&T Marcos Trabbold.

Após recuar abaixo de 3,60 reais e tocar os menores níveis em seis meses, o dólar voltou a subir nesta semana com a ação do BC.

A autoridade monetária fez nesta manhã leilão de swaps cambiais reversos, que equivalem a compra futura de dólares, pelo quarto dia consecutivo, após deixar a ferramenta encostada por três anos.

No entanto, o BC não vendeu nenhum contrato dos até 3 mil ofertados, levando o dólar a reduzir a alta sobre o real. O lote foi também menor do que as outras três operações.

O BC também reduziu pela terceira vez neste mês a oferta de swaps cambiais tradicionais --que equivalem a venda futura de dólares-- para rolagem dos contratos que vencem em abril.

Se mantiver até o penúltimo pregão do mês a oferta de até 2 mil contratos, contra 2,6 mil na operação da véspera, rolará pouco menos de 70% do lote total, correspondente a 10,092 bilhões de dólares.

Por fim, a autoridade monetária fará à tarde leilão de venda de até 3 bilhões de dólares com compromisso de recompra, para rolar os contratos que vencem em 4 de abril.

Muitos operadores acreditam que o enfraquecimento do dólar desagrada ao BC ao prejudicar exportadores no momento de intensa recessão e, assim, poderia afetar as contas externas do país.

A autoridade monetária diz que age para mitigar a intensa volatilidade, que vem em meio a forte incerteza política.

Operadores citavam ainda a reunião do PMDB na próxima terça-feira, que deve decidir pelo rompimento com o governo, e a possível decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil como eventos que mantinham o quadro de cautela nesta quinta-feira, antes do feriado da Sexta-Feira Santa.

"Você não quer ficar exposto num feriado com o clima como está", explicou o operador da corretora Intercam Glauber Romano.

A alta do dólar nesta sessão refletia também expectativas de aumentos de juros nos Estados Unidos neste ano, após o presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, se juntar a outras autoridades do banco central norte-americano que destacaram as chances de pelo menos duas elevações neste ano, com a primeira talvez até em abril. Segundo Bullard, uma alta de juros "pode não estar longe".

Juros mais altos nos EUA podem atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em economias emergentes, como o Brasil.

Matéria atualizada às 10h40

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