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Dólar avança 1% e retoma o patamar dos R$3,70 com Previdência

Às 12:54, o dólar avançava 1,05 por cento, a 3,7049 reais na venda

Câmbio: dólar avançava ante o real no pregão desta quarta-feira (Marcos Brindicci/Reuters)

Câmbio: dólar avançava ante o real no pregão desta quarta-feira (Marcos Brindicci/Reuters)

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Reuters

Publicado em 6 de fevereiro de 2019 às 09h19.

Última atualização em 6 de fevereiro de 2019 às 13h14.

São Paulo - O dólar avançava ante o real nesta quarta-feira, retomando o patamar dos 3,70 reais, com receios sobre a reforma da Previdência endossando o viés de alta já influenciado pelo cenário externo, diante da apreensão com eventual nova paralisação do governo norte-americano.

Às 12:54, o dólar avançava 1,05 por cento, a 3,7049 reais na venda. O contrato mais curto do dólar futuro subia 0,87 por cento.

Na véspera, a moeda encerrou com recuo de 0,17 por cento, a 3,6664 reais.

Após percepções mais benignas na véspera, investidores adotavam nesta sessão um tom mais cauteloso em relação ao andamento da reforma da Previdência do governo do presidente Jair Bolsonaro, aventando a possibilidade de possíveis atrasos na tramitação e aprovação do texto.

De acordo com operadores, posicionamentos contundentes de parlamentares aliados de Bolsonaro, mirando partidos da oposição, contribuem para o desgaste e elevação das tensões dentro do Congresso, o que pode dificultar que o governo alcance os votos necessários para aprovar uma reforma.

"Esses discursos agressivos da tropa de choque do governo Bolsonaro são ruins para o entendimento. O governo precisa de 320 votos, isso não é fácil. Não é o momento para esse tipo de discurso e isso reverbera no mercado", afirmou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.

A divergência na fala de membros do governo - equipe econômica e política, mais notadamente - sobre os principais pontos da reforma corroborava algum pragmatismo.

O mercado gostou na terça-feira das declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o governo busca uma proposta que pode economizar pelo menos 1 trilhão de reais em 10 anos, enquanto o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o Congresso pode aprovar o texto até julho.

Guedes reforçou que a palavra final partirá do presidente Jair Bolsonaro, que ainda se recupera da cirurgia em São Paulo.

Neste pregão, no entanto, o mercado está projetando que a aprovação pode ser mais demorada do que o estimado por Maia.

"Sem uma evolução efetiva (de Bolsonaro), as coisas não vão andar. Isso também pode estar atrasando um pouco e o mercado está tendo que segurar as pontas", afirmou o operador de câmbio da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado.

No exterior, o foco estava no discurso de Estado da União realizado por Trump noite de terça-feira, no qual não ofereceu grandes surpresas, mas não recuou sobre o muro na fronteira com o México, exercendo ainda mais pressão para que parlamentares aprovem o financiamento.

Isso trouxe temores de uma nova paralisação no governo dos EUA, com Trump pedindo que os democratas e os republicanos encontrem um acordo até o prazo final de 15 de fevereiro.

"Havia alguma expectativa de alívio no tom que tange essa exigência de financiamento para o muro", disse Alessie Machado. "Isso de certa forma preocupa grande parte do mercado. Porque se ficar essa rigidez dos dois lados, estaremos caminhando para uma nova paralisação."

O Banco Central brasileiro vendeu nesta sessão 10,33 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 2,065 bilhões de dólares do total de 9,811 bilhões que vencem em março.

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