Dólar: às 10h37, o dólar avançava 0,61%, a 2,2078 reais na venda. Na véspera, a moeda dos Estados Unidos caiu 1,55%, para 2,1940 reais, o menor nível desde 26 de junho passado (Susana Gonzalez/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 3 de outubro de 2013 às 10h57.
São Paulo - O dólar avançava mais de 0,5 por cento em relação ao real nesta quinta-feira com alguns investidores estrangeiros saindo do país após a agência de classificação de risco Moody's reduzir a perspectiva do rating soberano brasileiro.
Às 10h37, o dólar avançava 0,61 por cento, a 2,2078 reais na venda. Na véspera, a moeda dos Estados Unidos caiu 1,55 por cento, para 2,1940 reais, o menor nível desde 26 de junho passado.
A Moody's colocou a classificação de risco do Brasil em perspectiva "estável", de "positiva", citando a deterioração da relação entre a dívida bruta e o Produto Interno Bruto (PIB), o nível dos investimentos e o fraco crescimento. Apesar disso, a agência reafirmou o crédito a "Baa2", considerado grau de investimento.
"Embora todos esperassem a decisão da Moody's, quando ela ocorre isso traz uma pressão adicional e só reforça o cenário que as coisas estão complicadas para a nossa economia", afirmou o gerente de tesouraria do banco Daycoval, Gustavo Godoy, lembrando que a decisão pode levar alguns fundos globais de investimento a reduzir as posições em ativos brasileiros.
Um operador de banco estrangeiro afirmou que recebeu orientações de alguns fundos para diminuir a exposição em alguns ativos brasileiros, sem citar quais. "A redução da exposição não é grande, mas tem efeito no câmbio porque se trata de fluxo", disse o operador.
Ele disse que o efeito só não foi mais forte no mercado por conta do ambiente de intervenção diária do Banco Central. Nesta quinta-feira, o BC já vendeu 10 mil contratos de swap cambial tradicional com vencimento em 3 de fevereiro de 2014.
O movimento de alta do dólar ante o real nesta sessão também era visto como uma correção do movimento visto no dia anterior, quando a divisa norte-americana despencou, ficando abaixo de 2,20 reais, na menor cotação em pouco mais de três meses.
"Depois da forte queda (do dólar) de ontem, é natural a alta. Mas o que está pegando é a Moody's", acrescentou o operador.
A paralisação do governo norte-americano e alguns dados mais fracos da maior economia do mundo alimentaram apostas de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, pode manter seu programa de estímulo por mais tempo, deixando a liquidez nos mercados internacionais elevada.