Mercados

Dólar amplia queda com dados de empregos nos EUA

A taxa de desemprego do país caiu para 7,3% em agosto, mais do que a estimativa


	Câmbio: após recuar 2,56% nas quatro sessões anteriores, o dólar à vista abriu cotado a R$ 2,3140
 (REUTERS/Gregg Newton)

Câmbio: após recuar 2,56% nas quatro sessões anteriores, o dólar à vista abriu cotado a R$ 2,3140 (REUTERS/Gregg Newton)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2013 às 10h53.

São Paulo - O dólar abriu em queda ante o real, dando sequência ao movimento de baixa iniciado na segunda-feira. Após recuar 2,56% nas quatro sessões anteriores, o dólar à vista abriu cotado a R$ 2,3140 (-0,34%) no balcão.

A moeda norte-americana foi pressionada na abertura por declarações do presidente do Federal Reserve de Chicago, Charles Evans, que tem poder de voto no Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) este ano. Em discurso em um evento na Carolina do Sul, Evans disse hoje que o Fed pode reduzir compras de bônus mais tarde neste ano porque a economia ainda precisa de suporte da política de relaxamento monetário.

"Perspectiva para compras de bônus continua dependendo de dados", afirmou. Isso pode significar, dependendo do número de criação de vagas em agosto que sai às 9h30, que a redução de estímulos pode não começar no fim deste mês. O diretor do FED prevê que o PIB dos EUA crescerá 2,5% no 2º semestre de 2013 e 3% em 2014.

O ajuste negativo da moeda acelerou após o relatório do mercado de trabalho dos EUA informar que a economia criou 169 mil empregos em agosto, abaixo da previsão de +175 mil. A taxa de desemprego do país caiu para 7,3% em agosto, mais do que a estimativa de que permaneceria nos 7,4% registrados em julho.

No mercado doméstico, às 9h34, o dólar à vista atingiu uma mínima de R$ 2,2810 (-1,77%) no balcão. Às 9h54, a moeda recuava 1,34%, para R$ 2,2910. A taxa máxima ficou em R$ 2,3180 (-0,17%) e foi registrada após a abertura, com a moeda cotada a R$ 2,3140 (-0,34%).

No mercado futuro, o dólar para outubro de 2013 testou uma mínima de R$ 2,2930 (-1,92%) reagindo ao payroll. Às 9h54, esse contrato desacelerava a perda, cotado a R$ 2,3060 (-1,37%). A máxima ficou em R$ 2,330 (-0,34%) e a taxa de abertura, em R$ 2,3275 (-0,45%).

No Brasil, dois índices de inflação interna divulgados mais cedo ficaram acima dos resultados anteriores, mas não pressionaram as taxas de juros porque o principal deles, o IPCA, ficou dentro das expectativas.

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em agosto subiu 0,24%, ante 0,03% em julho. O resultado veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que esperavam uma taxa de 0,20% a 0,32%, com mediana de 0,25%. No ano, o IPCA acumula alta de 3,43% e em 12 meses, a variação é de 6,09%.

Já o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) avançou 0,46% em agosto, após subir 0,14% em julho, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com o resultado do mês passado, o IGP-DI acumula altas de 2,46% no ano e de 3,98% nos últimos 12 meses.

O resultado ficou acima do intervalo das projeções do mercado financeiro, de 0,17% a 0,40%, com mediana de 0,28%.

Mais tarde, entre 11h15 e 11h20, o Banco Central realiza um novo leilão de venda de dólares conjugados com recompra da moeda estrangeira. O lote ofertado será de até US$ 1 bilhão para recompra pelo BC em 2 de abril de 2014 - mesma data do lote ofertado na sexta-feira passada e que teve as propostas rejeitadas pela instituição num primeiro momento.

Esta operação está dentro da programação de atuações diárias prevista para ocorrer até o final do ano no valor de cerca de US$ 100 bilhões. A taxa de câmbio a ser utilizada para a venda de dólares por parte do BC será a Ptax do boletim das 11 horas de hoje. Serão aceitas até três propostas por instituição para cada uma das ofertas. As operações de venda serão liquidadas no dia 10 de setembro de 2013.

Na Rússia, antes de embarcar para o Brasil, a presidente Dilma Rousseff disse que o País repudia formas de protecionismo como política monetária que gera oscilação nas moedas, referindo-se às políticas de países desenvolvidos, como Estados Unidos, Zona do Euro e Japão. Em relação ao Federal Reserve, Dilma disse que espera que o desmonte de política monetária nos EUA seja um "processo mais tranquilo". Segundo ela, o Fed não pode atuar com retirada de estímulos de forma abrupta.

Sobre as denúncias de espionagem dos EUA, a presidente Dilma afirmou que o Brasil quer saber "tudo o que há" sobre o País nos serviços de espionagem dos Estados Unidos. "Quero saber tudo o que há sobre o Brasil, tudo o que é feito com o Brasil", disse ela em entrevista coletiva no aeroporto de São Petersburgo, na Rússia, onde participou da reunião do G-20.

Dilma disse que conversou sobre a espionagem e pediu as explicações sobre o tema em reunião reservada, realizada ontem à noite, com o presidente norte-americano, Barack Obama. Segundo a presidente, Obama quer pessoalmente "criar condições políticas" para a visita de Estado programada para Dilma em outubro nos EUA. "Minha viagem vai depender de condições políticas", afirmou.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarEmpregosEstados Unidos (EUA)MoedasPaíses ricos

Mais de Mercados

Petrobras ganha R$ 24,2 bilhões em valor de mercado e lidera alta na B3

Raízen conversa com Petrobras sobre JV de etanol, diz Reuters; ação sobe 6%

Petrobras anuncia volta ao setor de etanol

JBS anuncia plano de investimento de US$ 2,5 bilhões na Nigéria