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Dólar amplia alta e sobe mais de 1% antes de anúncio do Fed

Às 12h38, o dólar subia 1,31 por cento, a 3,2734 reais na venda, após recuar na reta final do pregão de terça-feira


	Dólar: expectativa é de que o banco central dos Estados Unidos descarte a promessa de ser "paciente" sobre a alta dos juros
 (Getty Images)

Dólar: expectativa é de que o banco central dos Estados Unidos descarte a promessa de ser "paciente" sobre a alta dos juros (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 18 de março de 2015 às 12h54.

São Paulo - Em mais uma sessão marcada por volatilidade, o dólar ampliava a alta e subia mais de 1 por cento ante o real nesta quarta-feira, reagindo a incertezas locais e com investidores se posicionando para o anúncio da decisão de política monetária do Federal Reserve.

A expectativa é que o banco central dos Estados Unidos descarte a promessa de ser "paciente" sobre a alta dos juros.

Ainda assim, alguns operadores se preparavam para a possibilidade de o Fed adotar um tom mais moderado diante da perspectiva de a recente alta do dólar em nível global prejudicar a recuperação norte-americana.

A decisão será divulgada às 15h (horário de Brasília), seguida por uma entrevista à imprensa.

Às 12h38, o dólar subia 1,31 por cento, a 3,2734 reais na venda, após recuar na reta final do pregão de terça-feira diante da entrada de investidores estrangeiros na bolsa e fechar em queda de 0,42 por cento.

Após o fechamento do mercado à vista na terça, o dólar futuro reduziu a queda à medida que o impacto do fluxo de ingresso se dissipou.

A alta do dólar pronto nesta sessão era em parte um ajuste a esse movimento, com o contrato para abril mostrando avanço mais comedido. "É amplamente esperado que o comunicado (do Fed) descarte a expressão 'paciente', com esperanças de gerar maior flexibilidade para a política monetária", escreveram em nota a clientes os estrategistas do Scotiabank Camilla Sutton e Eric Theoret, para quem há maior possibilidade de o dólar reagir subindo do que caindo.

Eles ressaltaram, contudo, que o quadro econômico norte-americano tem dado sinais conflitantes. "A taxa de desemprego está rapidamente se aproximado da estimativa de longo prazo do Fed.

Enquanto isso, o progresso no âmbito da inflação tem sido frustrado pela fraqueza dos preços de energia", acrescentaram.

No front doméstico, as preocupações com o quadro político e econômico do Brasil mantinham os investidores cautelosos.

O Congresso aprovou na noite passada o Orçamento Federal de 2015, com o maior valor já consignado na lei orçamentária para emendas individuais de deputados e senadores.

"Olhando pelo lado positivo, (a aprovação do Orçamento) parece ser uma trégua temporária nos atritos entre o Executivo e o Legislativo.

Mas, é claro, isso não significa que os problemas acabaram", disse um operador de uma corretora nacional, que pediu para não ser identificado.

Pesquisa Datafolha mostrou que a avaliação ruim/péssima do governo da presidente Dilma Rousseff disparou para 62 por cento em março, na maior rejeição a um presidente desde Fernando Collor de Mello às véspera do impeachment em 1992.

A dúvida sobre a possível prorrogação do programa de intervenções diárias do BC no câmbio completava o quadro de cautela.

Nesta manhã, a autoridade monetária deu continuidade às rações diárias vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a uma posição vendida de 97,2 milhões de dólares.

Foram vendidos 100 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1.900 para 1º de março de 2016.

A autoridade monetária também vendeu a oferta integral no leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de abril. Até agora, foram rolados cerca de 46 por cento do lote total, que corresponde a 9,964 bilhões de dólares.

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