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Dólar abre em queda com reajuste da gasolina e exterior

O dólar à vista fechou a terça-feira em queda de 0,80%, cotada a R$ 1,9860 - no menor valor desde 28 de maio do ano passado


	Dólar: por volta das 9h30, a moeda americana chegou a operar estável a R$ 1,9860, para em seguida recuar novamente para R$ 1,9840
 (Christopher Furlong/Getty Images)

Dólar: por volta das 9h30, a moeda americana chegou a operar estável a R$ 1,9860, para em seguida recuar novamente para R$ 1,9840 (Christopher Furlong/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

São Paulo - O dólar à vista no balcão abriu em queda de 0,10%, a R$ 1,9840, na mínima. Por volta das 9h30, a moeda americana chegou a operar estável a R$ 1,9860, para em seguida recuar novamente para R$ 1,9840.

No mercado futuro, o dólar para fevereiro de 2013 também abriu em baixa de 0,13%, a R$ 1,9840. Até 9h34, o contrato oscilou de R$ 1,9830 (-0,18%) a R$ 1,9865 (estável).

O movimento de apreciação do real tem continuidade, amparada por fatores domésticos e externos. A queda do dólar ante o euro no exterior e as previsões de um impacto entre 0,13% e 0,30% do reajuste de 6,6% do preço da gasolina sobre a inflação doméstica puxaram as cotações da moeda.

A definição da taxa Ptax de fim de mês, na quinta-feira, também deve dar fôlego à pressão dos "vendidos" no mercado futuro de câmbio no sentido de baixar a taxa de câmbio, visando enfraquecer a Ptax e maximizar os ganhos na liquidação desses contratos. Notícias de que o frigorífico JBS captou US$ 500 milhões no exterior, com taxa de 6,5% ao ano em papéis seniores de dez anos, também podem ajudar nesse movimento.

Há ainda uma expectativa de que o governo poderia mexer na cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para atrair mais dólares ao País, segundo um operador de uma corretora. O objetivo seria sustentar uma cotação abaixo de R$ 2,00 para ajudar no combate à inflação.

Como há meses o fluxo de divisas para o Brasil é negativo, seria preciso um impulso adicional para que ocorram novas entradas de capital, o que facilitaria o trabalho do BC em valorizar o real, disse a fonte.

Hoje, o imposto penaliza o investidor estrangeiro que pretende investir em títulos públicos e também incide sobre as posições vendidas em câmbio no mercado futuro da BM&FBovespa.

O dólar à vista fechou a terça-feira em queda de 0,80%, cotada a R$ 1,9860 - no menor valor desde 28 de maio do ano passado. No mercado futuro, o dólar com vencimento em fevereiro encerrou a terça-feira cotado a R$ 1,98650, em queda de 0,50%.


Há consenso no mercado de que a autoridade monetária está, neste momento, mais preocupada com a alta de preços do que com o setor exportador, o que abriu espaço para um dólar abaixo dos R$ 2,00.

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) ficou em +0,34% em janeiro, ante alta de 0,68% em dezembro, divulgou nesta quarta-feira Fundação Getúlio Vargas (FGV). A taxa anunciada ficou dentro do intervalo previsto nas estimativas do mercado financeiro (0,18% a 0,40%), mas acima da mediana (0,33%).

Já o Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou alta de 0,30% em dezembro, ante 0,27% em novembro. Em 2012, o indicador acumulou alta de 7,16%. Em 2011, a taxa acumulada do IPP tinha ficado em 2,60%.

Na terça-feira o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, comentou as oscilações recentes da moeda, mas classificou as mexidas como normais e qualificou o câmbio brasileiro como variável e sujo. "É normal que quando haja uma grande entrada de dólares ele caia um pouco. Ou o inverso. Todos esses movimentos são normais. O que eu acho importante é que o patamar em que as coisas se encontram seja claramente estabelecido."

Para Augustin, o patamar do dólar, da Selic e da energia estão muito bem estabelecidos no Brasil. "O patamar para mim é claro. O dólar é mais (alto) do que já foi, a Selic é mais baixa do que já foi e, no caso da energia, há uma redução de 22%", acrescentou.

O esperado movimento de baixa do dólar, no entanto, pode ser limitado pela previsão de retirada do mercado de cerca de US$ 2 bilhões pelo BC nesta sexta-feira, dia 1º de fevereiro. Esse é o montante das linhas de dólares com recompra programada para essa data, vendidas pelo BC em dezembro a fim de suprir a demanda maior do mercado de fim de ano.

Também vence na sexta-feira um lote de US$ 1,850 bilhão em contratos de swap cambial, que foi rolado pelo BC com um leilão na última segunda-feira. Esses dois compromissos terão suas liquidações e ajustes feitos com base na taxa Ptax que será definida na quinta-feira.

Em Nova York, o euro ultrapassa US$ 1,35 pela primeira vez desde dezembro de 2011. Às 9h35 horas, o euro estava em US$ 1,3557, de US$ 1,3492 no fim da tarde de terça-feira.

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