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Dólar recua após BC anunciar atuação, apesar de novas tensões EUA-China

Às 12:17, o dólar recuava 0,11%, a 4,2539 reais na venda

Dólar: no pregão anterior, o dólar à vista renovou uma máxima histórica para encerramento pela terceira vez seguida, fechando em alta de 0,44%, a 4,2586 reais na venda (Royalty-free/Getty Images)

Dólar: no pregão anterior, o dólar à vista renovou uma máxima histórica para encerramento pela terceira vez seguida, fechando em alta de 0,44%, a 4,2586 reais na venda (Royalty-free/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 28 de novembro de 2019 às 09h32.

Última atualização em 28 de novembro de 2019 às 12h48.

São Paulo — Depois de fechar em máximas recordes por três sessões seguidas, o dólar recuava contra o real nesta quinta-feira, com as intervenções do Banco Central diante da disparada recente da moeda norte-americana compensando notícias pessimistas sobre a guerra comercial.

O real estava entre as divisas de melhor desempenho entre 33 rivais do dólar nesta sessão, após dias figurando entre as maiores quedas da lista.

Às 12:17, o dólar recuava 0,11%, a 4,2539 reais na venda.

No pregão anterior, o dólar à vista renovou uma máxima histórica para encerramento pela terceira vez seguida, fechando em alta de 0,44%, a 4,2586 reais na venda.

A disparada recente da moeda, que chegou a se aproximar dos 4,28 reais na máxima intradia de terça-feira, foi desencadeada por comentários do ministro da Economia, Paulo Guedes, que afirmou que o dólar "tende a ir para um lugar mais alto".

Depois da fala do ministro, os mercados começaram a forçar o patamar da moeda, em busca de sinais de intervenção do Banco Central, estressando o dólar a níveis históricos. O BC respondeu, promovendo leilões extraordinários para satisfazer a demanda.

Entre terça e quarta, o BC realizou três ofertas líquidas de dólar à vista, informando as operações no decorrer do pregão. Mas ao final da quarta-feira, a autoridade monetária anunciou estratégia diferente ao anunciar oferta líquida de até 1 bilhão de dólares em moeda à vista para o pregão desta quinta-feira, em tentativa de melhorar a previsibilidade ao mercado.

"(O Banco Central está) deixando claro que não está satisfeito com o atual patamar da moeda e que tem 'artilharia' suficiente para dar uma resposta ao mercado", explicou em nota Jefferson Rugik, da Correparti Corretora.

A intervenção forneceu certo alívio para o real no início da sessão, mas Silvio Campos Neto, economista da Tendências Consultoria, alertou para a permanência da volatilidade nos mercados.

"A queda inicial não pode ser tomada como definitiva", disse. "O mercado ainda não achou referência para a taxa de câmbio. Ainda é um quadro muito volátil."

Segundo Campos Neto, em caso de nova aproximação do dólar a recordes, há probabilidade de ainda mais atuação do Banco Central, caso seja identificado um movimento exagerado e fora de contexto.

Nesta sessão, o Banco Central vendeu todo o lote de 1 bilhão de dólares em moeda à vista ofertados no leilão extraordinário.

O BC fez ainda a rolagem de todos os 15.700 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão nesta quinta. Mais cedo, a autoridade monetária não aceitou propostas para a oferta de 785 milhões de dólares em dólar à vista, em operação casada com leilão de até 15.700 contratos de swap cambial reverso --para o qual também não houve colocação nesta quinta.

No exterior, o mercado permanece de olho nas tensões comerciais, depois que a China alertou os EUA que tomará "contramedidas firmes" em resposta à legislação norte-americana que apoia manifestantes contrários ao governo em Hong Kong, dizendo que tentativas de interferir na cidade com comando chinês estão "fadadas ao fracasso".

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