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Dólar abre em queda ante real, com cautela sobre cena política

Às 10:36, a moeda americana recuava 0,36%, a R$ 3,1038 na venda, depois de cair 1,15% na sexta-feira em movimento de correção após saltar a R$ 3,15

Dólar: Banco Central continuava fora do mercado de câmbio, sem anunciar qualquer intervenção (Purestock/Thinkstock)

Dólar: Banco Central continuava fora do mercado de câmbio, sem anunciar qualquer intervenção (Purestock/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 6 de março de 2017 às 10h55.

São Paulo - O dólar tinha leve queda ante o real nesta segunda-feira, mantendo o movimento do pregão passado, com os investidores atentos ao cenário geopolítico externo e sob a expectativa de aumento iminente dos juros nos Estados Unidos.

Internamente, a cena política também estava no radar, com investidores cautelosos com a possibilidade de ministros do presidente Michel Temer serem investigados por corrupção.

Às 10:36, o dólar recuava 0,36 por cento, a 3,1038 reais na venda, depois de cair 1,15 por cento na sexta-feira em movimento de correção após saltar a 3,15 reais. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,20 por cento.

"A segunda-feira começou preguiçosa, com os investidores atentos ao noticiário", comentou o economista-chefe da corretora BGC Liquidez, Alfredo Barbutti.

No exterior, o dólar tinha leves oscilações ante uma cesta de moedas, com investidores realizando lucros após a alta da divisa norte-americana na semana passada diante da expectativa de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, vai elevar os juros neste mês.

Na semana passada, os mercados ajustaram suas apostas de que o Fed voltará a elevar os juros nos Estados Unidos neste mês, o que tem potencial para atrair a maior economia do mundo recursos aplicados em outras praças financeiras, como a brasileira.

Na sexta-feira passada, a chair do Fed, Janet Yellen, corroborou as apostas de aumento de juros, desencadeando algum movimento realização de lucros, ao afirmar que uma alta será apropriada caso os dados econômicos a sustentassem.

"Pelo temor de perder o timing e retomar tardiamente a alta dos juros, o Fed deve fazê-lo na reunião deste mês, até mesmo de maneira preventiva a um possível plano econômico fiscalmente expansivo do atual governo", comentou a corretora Infinity em relatório a clientes, referindo-se ao governo do presidente Donald Trump.

As notícias de que a Coreia do Norte disparou quatro mísseis balísticos, sendo que três atingiram águas japonesas, também estavam no foco.

Internamente, a cautela ainda era gerada pelo cenário político, sobretudo após a notícia de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, planeja pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF), talvez já nesta semana, para investigar ministros de Temer e senadores do seu partido PMDB por corrupção.

O temor é que isso atrapalhe as votações de importantes reformas no Congresso, como a da Previdência, considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem.

O Banco Central brasileiro continuava fora do mercado de câmbio, sem anunciar qualquer intervenção, por ora.

Em abril, vencem o equivalente à 9,711 bilhões de dólares em swaps tradicionais, equivalente à venda futura de dólares, e operadores se questionavam se o BC rolará, mesmo que parcialmente, esses contratos.

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