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Dólar sobe e fecha a R$ 5,14 com pessismo sobre impactos do coronavírus

Rejeição de estímulo econômico de US$ 2 trilhões por Senado americano pressionou mercados globais

Notas de dólar (Don Farrall/Getty Images)

Notas de dólar (Don Farrall/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de março de 2020 às 09h25.

Última atualização em 23 de março de 2020 às 18h30.

São Paulo - O dólar voltou a subir frente ao real, com o cenário negativo no exterior, após o Senado dos Estados Unidos rejeitar, no domingo (22), o pacote de cerca de 2 trilhões de dólares para atenuar os impactos econômicos do coronavírus. Caso aprovado, o estímulo seria o maior da história da economia americana. No pregão desta segunda-feira (23),o dólar comercial fechou em alta de 2,2%, cotado a 5,138 reais. O dólar turismo, usado por viajantes, avançou 0,2%, a 5,33 reais.

O movimento de apreciação da moeda americana ocorreu em diversos países emergentes, como no México e na Índia. “"O dólar está batendo frente aos emergentes e o Brasil está bem no meio desse movimento, com os efeitos locais relativamente diluídos", disse Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.

Nos primeiros negócios do dia, a moeda americana chegou a registrar leve queda, logo após o Federal Reserve anunciar novas medidas para acelerar a atividade econômica, como empréstimos para famílias, pequenas empresas e recompra de títulos de grandes empregadores. O movimento, no entanto, foi revertido durante a coletiva do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que ocorreu após a divulgação da ata do Comitê de Políticas Monetárias (Copom), pela manhã.

Para parcela do mercado, os comentários da autoridade monetária sinalizaram que novos cortes da taxa básica Selic podem ser feitos. Na semana passada, o Copom reduziu a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 3,75% ao ano. “A fala [do Campos Neto] corroborou bastante com a alta do dólar”, disse Jeffeson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus.

Apesar da alta do dólar, os investidores seguem atentos à possibilidade de o Federal Reserve (FED) emprestar um total de até 450 bilhões de dólares para nove países, incluindo o Brasil. "Isso vai dar uma entrada de dólares a mais. Tudo isso ajuda a refrescar o câmbio", disse Vanei Nagem, analista de câmbio da Terra Investimentos.

Nagem também destacou a baixa liquidez no mercado de câmbio. “É como se estivesse faltando uma casa [decimal]."

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