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Dólar fecha em alta após rejeição de estímulo nos EUA

Política monetária fica inalterada na Europa, enquanto pedidos de auxílio desemprego superam estimativas

Dólar sobe 0,4% e encerra sendo vendido por 5,32 reais (Marcos Santos/USP Imagens)

Dólar sobe 0,4% e encerra sendo vendido por 5,32 reais (Marcos Santos/USP Imagens)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 10 de setembro de 2020 às 09h29.

Última atualização em 10 de setembro de 2020 às 19h12.

O dólar fechou em alta de 0,4% e encerrou cotado a 5,32 reais nesta quinta-feira, 10, com a piora do cenário externo, após o Senado americano ter rejeitado a proposta de um novo pacote de estímulo fiscal. No radar dos investidores também estiveram os dados de seguro desemprego nos EUA e a decisão do Banco Central Europeu de manter os juros e os estímulos inalterados.

Divulgado nesta manhã pelo Departamento de Trabalho americano, os pedidos semanais de seguro desemprego ficaram em 884.000, acima da expectativa de 846.000. Na Europa, o BCE manteve as taxas de juros em 0% e a taxa de facilidade de depósito em -0,5%.

Pela manhã, o euro chegou a disparar 0,9% ferente ao dólar, mas perdeu força ao longo do dia e, ao fim desta reportagem, subia apenas 0,1%. "O mercado esperava que a Christine Lagarde [presidente do BCE] dissesse alguma coisa na linha da última fala do Jerome Powell [presidente do Federal Reserve, que anunciou meta de inflação média], mas não veio nada. A manutenção dos estímulos acabou ajudando o euro, que segue forte, e consequentemente derruba o dólar no mundo. Mas não teve nada de novo", comenta Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus.

Contra as principais moedas emergentes, o desempenho do dólar foi misto, caindo contra o rublo russo e a lira turca, mas subindo perante o peso mexicano e a rúpia indiana.

No cenário interno, os investidores repercutiram os dados de vendas no varejo de julho, que tiveram alta anual de 5,5% ante expectativa de 2,2%. “Veio acima do ano anterior, sem pandemia, isso gera algum otimismo”, afirma Tulio Portella, diretor comercial da B&T. Entre os fatores que contribuíram para a melhora das vendas estão o auxílio emergencial e a reabertura dos comércios.

Embora os números do varejo tenham saído fortes, a inflação voltou a dar as caras no Brasil, gerando preocupação entre os investidores. Na primeira prévia de setembro, o IGP-M, conhecido como inflação do aluguel, teve alta de 4,41%, ante 1,46% da primeira prévia de agosto. Já o Índice de Preço do Atacado (IPA) teve alta de 6,14%

“O mercado voltou a prestar atenção na inflação. Essa inflação do atacado pode passar para o varejo, o que impacta a política de juros”, comenta Cris Quartaroli, economista do Ourinvest.

Com a inflação voltando a subir, ficam ainda menores as expectativas de um novo corte da taxa básica de juros Selic, que está em sua mínima histórica de 2%.

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