Dólar: até 9h25, a moeda à vista no balcão atingiu uma mínima, de R$ 2,1560 (+0,37%), e uma máxima, a R$ 2,1630 (+0,70%) (Marcos Santos/USP Imagens)
Da Redação
Publicado em 11 de junho de 2013 às 10h19.
São Paulo - O mercado de câmbio doméstico voltou a abrir pressionado, devido à aversão ao risco no exterior e a preocupações internas com a inflação e um desequilíbrio das contas do setor externo.
O dólar à vista começou a sessão a R$ 2,160 (+0,56%) no balcão - mesmo patamar de preço que levou o Banco Central na segunda-feira, 11, a fazer o primeiro leilão de swap cambial depois do meio-dia.
Até 9h25, a moeda à vista no balcão atingiu uma mínima, de R$ 2,1560 (+0,37%), e uma máxima, a R$ 2,1630 (+0,70%). "Apesar da valorização da moeda dos EUA no exterior hoje, o nível atual do câmbio interno representa uma ameaça adicional ao controle da inflação e o BC tende a agir", disse um operador de uma corretora.
No mercado futuro, no mesmo horário acima, o dólar para julho de 2013 subia a R$ 2,1660 (+0,51%), após abrir a sessão cotado a R$ 2,1670 (+0,53%). Este vencimento oscilou até o momento de uma mínima de R$ 2,1650 (+0,44%) a uma máxima, de R$ 2,1705 (+0,70%).
No mercado internacional, a decisão do Banco Central do Japão (BoJ) de deixar a política monetária inalterada sustenta um movimento generalizado de busca de proteção na moeda norte-americana em detrimento de seus principais pares no exterior.
Os investidores em âmbito global também estão na expectativa pela audiência de dois dias do Tribunal Constitucional da Alemanha, que irá decidir sobre a legitimidade do programa de compra de bônus do Banco Central Europeu (BCE). No entanto, nenhuma decisão é esperada antes das eleições alemãs, em setembro.
No Brasil, mais dois índices de preços divulgados - o IPC-Fipe e o IPC-S, ambos da 1ª quadrissemana - confirmam a aceleração da inflação neste começo de junho. Além disso, a percepção de que a alta do dólar já ajuda a dar fôlego para os preços na economia eleva a cautela no mercado de juros, pressionando as taxas curtas.
De outro lado, as saídas de recursos do mercado brasileiro contribuem para pressionar o dólar e as taxas de juros de longo prazo. A Bovespa, por exemplo, já computa uma saída líquida de R$ 3,5 bilhões em quatro dias úteis de junho, com boa parte migrando para a renda fixa devido ao aumento da taxa Selic e também para remessas ao exterior.
A expectativa é de que o Banco Central permanecerá de plantão e poderá fazer, a qualquer momento, leilões de swap cambial (equivalente à venda de dólares no mercado futuro) para conter eventual volatilidade excessiva da moeda ante o real, disse um operador de uma corretora.
Na segunda-feira, 11, após o dólar à vista atingir R$ 2,160 depois do meio-dia, o BC vendeu US$ 2,114 bilhões em dois leilões seguidos de swap cambial.
O efeito da injeção de liquidez foi passageiro e o dólar terminou a sessão no maior valor em quatro anos, desde 30 de abril de 2009, a R$ 2,1480, com alta de 0,56%. O fluxo cambial negativo na sessão também favoreceu a elevação da taxa de câmbio, acrescentou um operador de um banco.
Nesta segunda-feira, 11, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação da cidade de São Paulo, subiu 0,13% na primeira quadrissemana de junho, após alta de 0,10% no fechamento de maio. Na primeira medição do mês passado, o índice havia ficado em 0,31%. O resultado ficou dentro do intervalo de estimativas (0,08% e 0,26%) e ligeiramente abaixo da mediana (0,16%).
Já o Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), avançou em seis das sete capitais pesquisadas na primeira quadrissemana de junho em relação à última de maio. No geral, o IPC-S registrou variação de 0,48% na primeira leitura de junho ante 0,32% na quadrissemana imediatamente anterior.