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Dólar abandona queda e sobe acima de R$ 4,12 com incerteza política

Na mínima, a cotação desceu a 4,0783, baixa de 0,58%. Na máxima, foi a 4,1208 reais

Câmbio: dólar oscilava entre estabilidade e leve alta frente ao real nesta segunda-feira (Hamera Technologies/VEJA)

Câmbio: dólar oscilava entre estabilidade e leve alta frente ao real nesta segunda-feira (Hamera Technologies/VEJA)

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Reuters

Publicado em 20 de maio de 2019 às 12h47.

São Paulo — O dólar oscilava entre estabilidade e leve alta frente ao real nesta segunda-feira, defendendo os 4,10 reais e abandonando a queda de mais cedo, passada a reação inicial ao anúncio na sessão passada do leilão de linhas de dólares pelo Banco Central.

Às 12:39, o dólar avançava a 4,1129 reais na venda.

Na mínima, a cotação desceu a 4,0783, baixa de 0,58%. Na máxima, foi a 4,1208 reais.

Na B3, o dólar futuro tinha ganho de cerca de 0,3%, a 4,1119 reais.

O mercado buscava sinais de alguma melhora na articulação política do governo, que por ora tem fracassado em gerar otimismo sobre uma aprovação tempestiva da reforma da Previdência.

Evidência de que temas locais seguiam pesando sobre o câmbio, o real continuava na lanterna entre seus pares emergentes nesta sessão e ainda muito próximo da marca dos 4,10 por dólar.

Esse patamar foi batido no fim da semana passada. Após o fechamento do pregão do mercado futuro, o BC anunciou, para esta segunda-feira, leilão de até 1,25 bilhão de dólares em venda de moeda estrangeira com compromisso de recompra. A autoridade monetária fará ainda na terça e na quarta operações em mesmo montante, visando rolagem.

"Leilão de linha amortece a volatilidade, mas ela deve seguir enquanto houver esse quadro político, enquanto ficar sem a definição sobre se vai ser aprovada a reforma da Previdência. E se sim, qual vai ser a reforma aprovada", avaliou o economista-chefe da Geral Asset, Denilson Alencastro.

A impressão de falta de apoio à Previdência devido a falhas na articulação política do governo tem deixado o mercado em alerta e ditado firmes perdas aos ativos locais.

Nesta segunda-feira, o secretário especial da Previdência do Ministério da Economia, Rogério Marinho, afirmou que não há como antecipar como será o parecer do relator da reforma da Previdência, lembrando que há resistência em alguns temas.

Na sexta-feira, o presidente da comissão especial onde tramita o texto da reforma, deputado Marcelo Ramos (PR-AM), disse à Reuters que Câmara dos Deputados irá assumir a dianteira das negociações e produzirá um novo texto a partir das emendas apresentadas e da proposta original.

Ramos, no entanto, recuou no fim de semana da ideia de propor um novo texto e disse que a intenção dos parlamentares é fazer mudanças significativas na estrutura do projeto, segundo reportagem do jornal O Globo nesta segunda-feira.

Depois de a semana passada ter se provado uma das piores para o governo, a que começa agora continuava a estimular cautela entre agentes de mercado.

O governo corre contra o tempo para não deixar que dez medidas provisórias caduquem, o que teria importantes desdobramentos negativos para o Executivo.

"As votações poderão ser vistas pelo mercado como sinal do apoio do Congresso à reforma", disseram analistas do Citi em nota a clientes divulgada nesta segunda-feira.

O Banco Central vendeu nesta segunda-feira todos os 5,05 mil swaps cambiais tradicionais ofertados em leilão para rolagem do vencimento julho. Em 13 operações, o BC já rolou 3,283 bilhões de dólares, de um total de 10,089 bilhões de dólares a expirar em julho. O estoque de swaps do BC no mercado é de 68,863 bilhões de dólares.

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