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Dívida mais barata e ‘racional’: Madero anuncia nova emissão e diminui pressão sobre caixa

Grupo de restaurantes criado por Junior Durski anuncia nova emissão de notas comerciais escriturais com juros mais baixos

Unidade do Madero no Itaim: rede de restaurantes tem focado na redução da dívida

Unidade do Madero no Itaim: rede de restaurantes tem focado na redução da dívida

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 8 de julho de 2024 às 19h28.

Última atualização em 8 de julho de 2024 às 19h46.

Depois de melhorar seus números no último balanço, o grupo de restaurantes Madero anunciou nesta segunda-feira, 8, uma nova emissão de dívida com condições mais favoráveis que a anterior. O Madero vai tomar R$ 500 milhões em notas comerciais escriturais com uma taxa de CDI + 3,85% ao ano – com uma redução para CDI + 2,75% a partir de abril de 2025. O prazo da dívida é de cinco anos, com contratação de cinco bancos: Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Santander e BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME).

O dinheiro será usado para quitar outra dívida, de R$ 420 milhões, com juros de CDI + 6,5% ao ano – uma redução relevante perto da taxa anterior. Após quitar a dívida, o grupo irá utilizar os outros R$ 80 milhões para reforçar o caixa da empresa.

“Ainda não é uma taxa de juro barata, mas é muito mais racional. Do ponto de vista de caixa e Capex estamos prontos para retomar a expansão, com a operação muito mais rentável do que antes”, afirma à EXAME o CEO do Madero, Junior Durski.

O Madero cortou a menos da metade o prejuízo na virada de 2022 para 2023, passando de uma perda de R$ 146,8 milhões para R$ 65,2 milhões. A dívida, por sua vez, caiu 12,5% na comparação anual. A virada veio com aumento de 10% nas vendas em mesmas lojas e receita 15% maior, chegando a R$ 1,71 bilhão.

Ariel Szwarc, CFO do Madero, reforça que a renegociação da dívida veio graças à melhora relevante dos resultados operacionais e pelo bom histórico de pagamento dos empréstimos. “A companhia está hoje em uma situação financeira bastante sólida. O custo da dívida [anterior] não era adequado para o momento da empresa”, avalia.

No auge da expansão – e do efeito rebote inflacionário – a dívida do Madero ficou próxima de R$ 1 bilhão. De lá para cá o grupo fechou unidades, cortou gastos e tirou o pé do acelerador na hora de abrir novas unidades. A empresa terminou 2023 com 276 lojas, apenas uma a mais do que tinha ao fim do ano anterior. Para 2024, a expectativa é de duas novas unidades. Entre os resultados da estratégia, o índice de endividamento estava em 2,39x em março do ano passado, caindo para 1,57x no mesmo período deste ano.

“O próximo passo é continuar com o que já estamos fazendo. A geração de caixa é que vai permitir a retomada da expansão”, diz o CFO. Nos cálculos da empresa, a volta do ritmo mais intenso abertura de lojas deve ficar para o segundo semestre de 2025.

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