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Dívida de margem nos EUA cresce 18% em três meses e acende sinal de alerta, diz Deutsche Bank

Alta no uso de alavancagem por investidores é comparada a ciclos anteriores à bolha das pontocom e à crise de 2008

Mercado dos EUA veem dívida de margem superar US$ 1 trilhão e banco alerta para risco de superaquecimento (Kai Pfaffenbach/Reuters)

Mercado dos EUA veem dívida de margem superar US$ 1 trilhão e banco alerta para risco de superaquecimento (Kai Pfaffenbach/Reuters)

Publicado em 25 de julho de 2025 às 14h47.

O Deutsche Bank divulgou um alerta sobre o ritmo de crescimento da dívida de margem nos mercados de ações dos Estados Unidos. De acordo com relatório do banco, esse tipo de dívida cresceu 18,5% entre abril e junho na Bolsa de Valores de Nova York, o quinto avanço mais rápido desde 1998. O movimento tem gerado preocupações sobre uma possível euforia excessiva dos investidores.

Níveis de alavancagem se aproximam dos ciclos 'perigosos'

A dívida de margem — recursos que investidores tomam emprestado de corretoras para operar no mercado de ações — ultrapassou US$ 1 trilhão em junho, segundo dados da Autoridade Reguladora do Setor Financeiro (Finra).

O Deutsche Bank destacou que, embora o crescimento ainda esteja abaixo dos picos vistos antes da bolha das pontocom (1999) e da crise financeira global (2007), o patamar atual da dívida, em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), já supera o registrado no final dos anos 1990 e se aproxima do recorde histórico de 2021.

O banco afirmou que, embora ainda haja espaço para expansão no curto prazo, os dados sugerem uma aproximação de um ponto crítico no ciclo de mercado. O relatório ainda menciona que fatores inesperados — como mudanças nas tarifas de importação ou flexibilização da política monetária pelo Federal Reserve — podem sustentar a tendência de alta por mais alguns meses.

Analistas da VettaFi também revisaram dados históricos desde 1997 e observaram correlações entre picos de dívida de margem e viradas nos mercados. Contudo, o número reduzido de episódios semelhantes dificulta conclusões definitivas sobre os riscos atuais.

O S&P 500 e o Nasdaq voltaram a registrar máximas históricas na quinta-feira, mesmo em um cenário com incertezas geopolíticas, tensões comerciais e inflação persistente.

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