A Fibria, criada há quatro anos depois que a Votorantim Celulose & Papel SA assumiu o controle da Aracruz Celulose SA, teve no quarto trimestre seu primeiro lucro em seis trimestres (Germano Lüders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 6 de fevereiro de 2013 às 09h31.
São Paulo - O esforço da Fibria Celulose SA para reduzir sua dívida está conquistando investidores, o que levou o Barclays Plc a dizer que a líder mundial do setor está a a caminho de recuperar o grau de investimento perdido em 2009.
Os US$ 1,36 bilhões em títulos da Fibria com nota Ba1 pela Moody’s, primeira classificação abaixo do grau de investimento, dispararam para um valor recorde nos últimos 12 meses. O rendimento para os papéis com resgate em 2015 caiu 2,9 pontos percentuais, para 3,92 por cento.
Isso reduziu para uma mínima histórica o spread que os papéis da Fibria pagam sobre o rendimento de títulos de prazo similar de empresas como a Ford Motor Co. e a Odebrecht SA, que têm nota pelo menos um nível acima, segundo dados do Bank of America Corp.
A Fibria, criada há quatro anos depois que a Votorantim Celulose & Papel SA assumiu o controle da Aracruz Celulose SA, teve no quarto trimestre seu primeiro lucro em seis trimestres.
O resultado foi puxado pela alta dos preços da celulose e a desvalorização do real, que impulsionaram a receita. Desde que atingiu o pico em 2009, a relação entre dívida líquida e Ebitda, ou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, caiu mais que pela metade, para 3,4 vezes. Isso deixa os títulos da empresa baratos, segundo o Barclays.
“Eles mostraram compromisso para reduzir a alavancagem e fizeram um bom trabalho ao se concentrarem na redução da dívida, não apenas por meio de resultados operacionais, mas também com a venda d eativos”, disse Omar Zeolla, analista de renda fixa da Oppenheimer & Co. em Nova York, em entrevista por telefone. “Faz com que o crédito da empresa pareça mais forte.”
A direção da Fibria está concentrada na geração de caixa e na redução de suas obrigações para reconquistar o grau de investimento, disse o diretor financeiro da empresa, Guilherme Cavalcanti.
“O foco é diminuir a despesa de juros da companhia, que é muito cara”, disse Cavalcanti em entrevista por telefone de São Paulo. Chegar ao grau de investimento pode ajudar “a reduzir as despesas com juros pela metade -- e isso é mais geração de caixa para a companhia, mais geração de caixa para o acionista.”