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Discurso de Powell, CPI da Petrobras e o que mais move os mercados

Bolsas globais retornam à tendência negativa com investidores atentos às indicações do presidente do Fed

Presidente do Fed, Jerome Powell, fala ao congresso americano nesta quarta (Tom Williams/ AFP via/Getty Images)

Presidente do Fed, Jerome Powell, fala ao congresso americano nesta quarta (Tom Williams/ AFP via/Getty Images)

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Beatriz Quesada

Publicado em 22 de junho de 2022 às 07h07.

Última atualização em 22 de junho de 2022 às 08h15.

Após dois pregões de alívio, as bolsas globais abandonaram a correção provisória e voltaram para o terreno negativo. A preocupação é a mesma da última semana: escalada da inflação e alta de juros nos Estados Unidos. O Federal Reserve (Fed), subiu a taxa básica em 0,75 ponto percentual (p.p.) na semana passada, realizando a maior elevação do juro americano desde 1994. O temor dos investidores é que o aperto monetário afete a economia americana, gerando uma recessão.

Com isso no radar, as bolsas asiáticas encerraram o dia em queda, enquanto as europeias seguem pelo mesmo caminho. Os índices futuros americanos também operam em baixa, indicando uma reversão da forte alta da véspera. 

Desempenho dos indicadores às 7h (de Brasília):

  • Dow Jones futuro (Nova York): - 1,32%
  • S&P 500 futuro (Nova York): - 1,55%
  • Nasdaq futuro (Nova York): - 1,78%
  • FTSE 100 (Londres): - 1,46%
  • DAX (Frankfurt): - 2,18%
  • CAC 40 (Paris): - 1,95%
  • Hang Seng (Hong Kong): - 2,56%
  • Shangai Composite (Xangai): - 1,20%

Discurso de Powell

O grande foco dos investidores internacionais estará no discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, que dá início nesta quarta-feira a dois dias de depoimentos no Congresso americano. A expectativa é que a fala forneça pistas de como a autoridade monetária pretende domar a maior inflação nos EUA em 40 anos. O depoimento começa às 10h30 (horário de Brasília).

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CPI da Petrobras

No Brasil, investidores devem ficar de olho nos desdobramentos relacionados à Petrobras (PETR3/PETR4), cuja controvérsia com o governo impediu a alta do Ibovespa na véspera

Em ano eleitoral e em meio à alta da inflação, a estatal tem sido pressionada para controlar os preços dos combustíveis. Até o momento, o saldo do embate já conta com a demissão de José Mauro Coelho da presidência e a articulação para a instalação de uma CPI para investigar a política de preços da estatal

Na tarde de ontem, os deputados já contavam com mais da metade das assinaturas necessárias para abrir a investigação contra a empresa. A CPI é defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, que pede a atuação da comissão contra nomes indicados pelo próprio governo – a União é controladora da Petrobras.

Escolha de novo presidente da Petrobras

Após a renúncia de Mauro Coelho do comando da estatal, o diretor executivo de exploração e produção da companhia, Fernando Borges, assumiu interinamente a presidência. No entanto, a empresa já se articula para levar um nome definitivo ao cargo.

Na noite de ontem, a Petrobras informou que o comitê de elegibilidade (Celeg) recebeu os relatórios necessários para analisar a indicação de Caio Mário Paes de Andrade à presidência. Paes de Andrade, indicado do governo para o posto, é secretário de desburocratização do Ministério da Economia e nome de confiança do ministro Paulo Guedes. 

A reunião do Celeg está prevista para acontecer na tarde de sexta-feira, 24. Na sequência, a indicação será apreciada pelo conselho de administração da companhia. Se alçado à presidência, Paes de Andrade será o quarto presidente da Petrobras sob a administração Bolsonaro.

Queda do petróleo

As ações da Petrobras e do setor também devem ser pressionadas pela queda do petróleo no mercado internacional. A commodity opera em baixa de 5% com a pressão do presidente dos EUA, Joe Biden, para reduzir os custos de energia. Segundo a Reuters, Biden planeja pedir a suspensão do imposto federal de 18,4 centavos por galão sobre a gasolina.

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