Mercados

Discurso de Bernanke agrada e NY deve abrir em alta

O presidente do Fed afirmou que a política monetária vai continuar acomodatícia no "futuro previsível" e que os juros vão demorar algum tempo a subir


	Bolsa de Nova York: às 10h15 (de Brasília), o Dow Jones futuro subia 0,81%, o Nasdaq avançava 0,99% e o S&P 500 tinha alta 0,96%
 (Getty Images)

Bolsa de Nova York: às 10h15 (de Brasília), o Dow Jones futuro subia 0,81%, o Nasdaq avançava 0,99% e o S&P 500 tinha alta 0,96% (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2013 às 11h16.

Nova York - Os índices futuros sinalizam uma abertura em alta para as bolsas norte-americanas nesta quinta-feira. A animação da manhã de hoje é reflexo principalmente da fala ontem do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke.

Em uma palestra, ele ressaltou que a política monetária vai continuar acomodatícia no "futuro previsível" e que os juros vão demorar algum tempo a subir depois que a taxa desemprego atingir 6,5%. Às 10h15 (de Brasília), o Dow Jones futuro subia 0,81%, o Nasdaq avançava 0,99% e o S&P 500 tinha alta 0,96%.

Ao contrário do esperado, Bernanke não deu maiores detalhes de datas para a redução do ritmo de compras de ativos.

A ata da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) mostrou divisão entre os dirigentes do Fed sobre se a mudança deve ocorrer este ano ou no próximo, mas os analistas ponderam que a reunião ocorreu antes de saírem os dados do mercado de trabalho de junho.

Por isso, a maior aposta é de que os cortes devem começar mesmo em setembro, avalia o economista sênior da TD Securities, Martin Schwerdtfeger. Ontem, não houve muita informação nova, avalia ele, mas ficou mais clara a diferença para o mercado entre redução de compras e alta de taxas de juros, ou seja, diminuir os estímulos não quer dizer que haverá um aperto monetário.

Entre os indicadores, nesta manhã, foram divulgados as solicitações de auxílio-desemprego, referentes à primeira semana de julho. Os pedidos subiram para 360 mil, o maior nível em dois meses. A estimativa dos analistas era que ficassem em 335 mil.

As estatísticas do auxílio-desemprego ganham ainda mais importância entre os economistas neste momento por darem pistas de como anda o mercado de trabalho em julho, depois de os dados do Departamento de Trabalho surpreenderem mostrando a criação de 195 mil vagas em junho.

Apesar da alta nas solicitações, os economistas argumentam em uma análise inicial dos números que a semana passada, além de ser distorcida por conta do feriado do Dia da Independência, é um período tradicional em que parte da indústria automobilística fecha suas fábricas para revisões em suas linhas de montagem, o que normalmente tende a aumentar demissões.


O começo de julho tende também a ter uma procura maior pelo auxílio-desemprego por causa de demissões no setor de educação em meio ao fim do período letivo antes das férias de verão nos EUA.

O economista e diretor da ITG Investiment Research, Steve Blitz, argumenta que as primeiras estatísticas do mercado de emprego mostram que julho deve ser outro mês com bom nível de criação de vagas.

Ele destaca que as ofertas de postos de trabalho na Internet aumentaram no começo deste mês. Outro indicador foi dado anteontem, com o índice de confiança das pequenas empresas de junho mostrando que a disposição para contratar novos funcionários no setor é a maior em dez meses.

Outro indicador divulgado nesta manhã foi o índice de preços das importações de junho, que caiu 0,2% na comparação com maio, ante previsão de Wall Street que ficasse estável. No mês anterior, o índice havia recuado 0,6%, o terceiro declínio consecutivo por conta das quedas dos preços internacionais do petróleo.

A dúvida agora é o que pode ocorrer com o índice em meio à piora da situação no Egito e a alta recente das cotações da commodity. A discussão entre os economistas em Wall Street é se o petróleo mais caro pode afetar os índices de inflação nos EUA, até agora bem comportados.

A diretora do instituto The Conference Board, Kathy Bostjancic, acha possível esse impacto da alta do petróleo nos preços internos dos Estados Unidos. Ontem, o preço do petróleo fechou no maior nível em 15 meses. Diante disso, avalia ela, surge novamente a discussão da política monetária do Fed e das compras de ativos. Se a inflação subir muito, pode comprometer os próximos passos do banco central americano.


No noticiário corporativo, a rede de livrarias Barnes & Noble vem sendo alvo de rumores em Wall Street de que pode vender sua divisão de leitores digitais para a Microsoft. No início desta semana, o presidente responsável pela área, William Lynch, renunciou, surpreendendo o mercado, e a empresa disse que não nomearia um substituto.

Dados recentes divulgados pela livraria mostram que a área de leitores digitais, encabeçada pelo produto Nook, vem dando prejuízos e a companhia não está conseguindo competir com as gigantes Apple (e seu iPad) e a Amazon (e o Kindle).

Uma reportagem do The New York Times destaca que a Barnes & Noble terá que repensar toda sua estratégia, caso contrário corre o risco de não sobreviver nesse mercado. No pré-mercado, o papel da empresa não tinha negócios nesta manhã.

Já a rede varejista Costco divulgou hoje aumento de 6% nas vendas no conceito mesmas lojas nas cinco semanas encerradas em sete de julho, superando a previsão dos analistas. No pré-mercado, o papel subia 1,41% e a expectativa era de que mais redes varejistas, que anunciam suas vendas nos próximos dias, venham com dados melhores que o esperado.

Acompanhe tudo sobre:Açõesbolsas-de-valoresDow JonesMercado financeiroNasdaq

Mais de Mercados

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada

Tencent aumenta lucro em 47% no 3º trimestre com forte desempenho em jogos e publicidade

Ações da Americanas dobram de preço após lucro extraordinário com a reestruturação da dívida

Na casa do Mickey Mouse, streaming salva o dia e impulsiona ações da Disney