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DIs perdem e rumor sobre corte maior da Selic cresce

Ao término da negociação normal na BM&F, o DI de janeiro de 2013, com giro de 275.780 contratos, estava em 10,16%, de 10,23%

Ivan Clarck, sócio líder de Capital Markets da PwC: 800 companhias tem interesse em abrir capital, mas precisam se preparar para isso (Marcel Salim/EXAME.com)

Ivan Clarck, sócio líder de Capital Markets da PwC: 800 companhias tem interesse em abrir capital, mas precisam se preparar para isso (Marcel Salim/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2011 às 17h11.

São Paulo - O mercado de juros futuros voltou a trabalhar de olho nas turbulências externas, que, junto com a desaceleração da atividade doméstica e com as notícias de que o governo seguirá buscando juros reais menores, fazem os rumores sobre um corte maior da Selic, de 0,75 ponto porcentual no próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), ganharem força.

Além disso, também cresceu a precificação de um ciclo de alívio monetário maior, que totalizaria 1,50 ponto porcentual até o fim do primeiro semestre de 2012. Lá fora, após a notícia de que a Grécia conseguiu um acordo para formar um governo de coalizão e aceitou o socorro de credores, as preocupações migraram para a Itália, que viu o yield (retorno ao investidor) de seus bônus bater recorde hoje. Por aqui, a pesquisa Focus voltou a mostrar pequena melhora nas perspectivas de inflação para 2012, enquanto as projeções para o Produto Interno Bruto deste ano cederam de 3,29% para 3,20%.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013, com giro de 275.780 contratos, estava em 10,16%, de 10,23% no ajuste de sexta-feira, enquanto o DI janeiro de 2014 (61.275 contratos) cedia a 10,38%, de 10,48%. Entre os longos, o recuo das taxas era ainda mais pronunciado. O DI janeiro de 2017 (27.725 contratos) perdia o patamar de 11%, ao marcar 10,93%, de 11,05% na sexta-feira, e o DI janeiro de 2021 (apenas 305 contratos) deslizava para a mínima de 10,99%, ante 11,11% no ajuste anterior.


No exterior, o acordo político que prevê a saída do primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, e a escolha de uma outra pessoa para liderar um governo de união não desfez o pessimismo. Até mesmo porque há dificuldades nas negociações entre os partidos para a formação do próximo governo. Além disso, o encaminhamento de uma solução para um problema não elimina outros. E, desta vez, o foco voltou-se para a Itália, onde há dúvidas sobre a votação do orçamento do país, marcada para amanhã. O yield do papel de 10 anos dos títulos italianos atingiu 6,67% logo no início da manhã, renovando a máxima desde a inserção do euro. Também pela manhã, circularam rumores sobre uma eventual renúncia do premiê italiano, Silvio Berlusconi, que tratou de negar tais informações logo em seguida.

Enquanto isso, os indicadores da zona do euro não inspiram nenhuma expectativa positiva. As vendas no varejo da região recuaram 0,7% em setembro ante agosto, muito acima da retração de 0,1% prevista por analistas. O maior país do bloco também não escapa de números ruins. A produção industrial da Alemanha caiu 2,7% em setembro, ante agosto, acima das projeções de contração de 0,9%.

Internamente, além da Focus, a Anfavea informou que a produção de veículos cresceu 1,7% em outubro, ante setembro, mas apontou uma queda de 9,5% na comparação com outubro de 2010. As vendas domésticas despencaram 10% ante setembro e o giro de estoques do setor automotivo subiu de 37 dias em setembro para 40 dias em outubro, maior patamar desde novembro de 2008.

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