Ibovespa registra desvalorização de 2,6% no desempenho semanal (Germano Lüders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 14 de julho de 2011 às 12h25.
São Paulo – Mais uma vez na semana o Ibovespa opera abaixo dos 60 mil pontos. O principal índice da bolsa caía 1,1% na mínima deste pregão, aos 59.964 pontos. Boa parte do pessimismo vem da notícia de que a agência de classificação de risco Moody's alertou sobre um possível rebaixamento no rating (nota) soberano dos Estados Unidos, que ainda têm a classificação máxima.
A Moody's anunciou a colocação do rating Aaa dos EUA em revisão, para possível rebaixamento. O motivo, segundo a agência, é a possibilidade de o limite de endividamento do governo federal não ser elevado levando o país a declarar default (não pagamento) de suas obrigações de dívidas.
Nos EUA, as vendas no varejo subiram 0,1% em junho, contrariando a previsão de queda de 0,2%. O aumento das vendas no mês passado seguiu-se ao declínio em maio, revisado agora para uma alta de 0,1%. Do lado da inflação, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) norte-americano caiu 0,4% em junho ante maio, na primeira queda do índice em um ano e acima da previsão de baixa de 0,2%.
Brasil Foods
Após a forte alta de 9,8% no pregão de ontem, as ações ordinárias da Brasil Foods (BRFS3) estão entre os destaques de valorização do Ibovespa. Na máxima do dia, os papéis subiam 4,3%, vendidos a 29,79 reais.
A Brasil Foods teve sua recomendação elevada de neutra para outperform (performance acima da média do mercado) pelo analista Marcel de Moraes, do Credit Suisse. O preço-alvo por ação é de 38,50 reais, segundo relatório obtido pela Bloomberg.
O BTG Pactual também elevou a recomendação de neutra para compra. Segundo relatório obtido pela Bloomberg, as restrições impostas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a aprovação da compra da Sadia pela companhia foram “muito mais leves que as esperadas”, escreveram os analistas Fabio Monteiro e Thiago Duarte.
Cinco pretendentes já rondam o espólio da Brasil Foods (BRF). Segundo fontes próximas às negociações, a empresa recebeu sondagens de três companhias - JBS, Marfrig e Tyson - e de dois fundos de private equity. Também poderiam entrar na briga investidores árabes e chineses.
MMX
Também no território de ganhos a MMX também se destaca, com valorização máxima de 5,1%. O banco Credit Suisse reduziu o preço-alvo para as ações da mineradora MMX (MMXM3). Segundo os analistas, a reavaliação foi motivada pelo anúncio da nova previsão de investimentos na mina Serra Azul, em Minas Gerais.
A empresa aumentou a projeção em 14%, para 4 bilhões de reais para refletir a atualização de preços de máquinas, equipamentos e serviços e ajustes realizados na conclusão do projeto de engenharia básica.
Pão de Açúcar
Com queda de 8% em julho, as ações preferenciais do Pão de Açúcar (PCAR4) oferecem ganhos. Na máxima, a valorização chegava a 2,9%, com papéis vendidos a 67,25 reais.
Articulador da fusão mais polêmica dos últimos tempos, o banco BTG Pactual avisou que colocará o pé no freio e não irá, pelo menos no curto prazo, tentar nenhuma nova investida para uma possível negociação entre Pão de Açúcar e Carrefour.
Antes da retirada da proposta, rumores foram levantados sobre uma possível aproximação do BTG Pactual com fundos privados interessados em investir na operação, caso o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) resolvesse desistir - o que, de fato, aconteceu.