Bruno Eiras (à direita): sócio-fundador e diretor de gestão da Devant (Leo Martins/Divulgação)
Guilherme Guilherme
Publicado em 16 de setembro de 2021 às 06h20.
Última atualização em 16 de setembro de 2021 às 07h07.
A gestora de renda fixa e ativos imobiliários Devant está estruturando a oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) de seu primeiro fundo de investimentos imobiliários (FII) de tijolo. A expectativa é ter o produto negociado na B3 até o fim deste ano.
O novo fundo irá complementar o portfólio da gestora, que já possui outros dois FIIs listados na B3: o DEVA11, de papel, e o fundo de fundos DVFF11.
“Estamos em um bom momento, com o mercado vendo nosso valor na parte de real estate. A decisão de criar um fundo de tijolo acabou sendo natural”, comenta Bruno Eiras, sócio-fundador e diretor de gestão da Devant, em entrevista à EXAME Invest.
Eiras conta que o fundo terá liberdade para conduzir sua gestão de acordo com as melhores oportunidades do mercado, mas seu foco inicial será em galpões logísticos.
“Há uma demanda latente por galpões próximos às principais cidades devido à expansão do e-commerce, que ainda está começando no Brasil. Para atingir níveis de uma economia moderna, que deve acontecer, as vendas digitais precisam dobrar. É um caminho sem volta”, afirma.
Além dos galpões, a Devant tem estudado potenciais oportunidades de negócio em data centers e em lajes corporativas. O gestor do fundo será Christiano Moreira, que começou os trabalhos na empresa no início deste mês, também assumindo participação como sócio da Devant.
Com 14 anos de experiência no mercado imobiliário, Moreira tem passagens pela área de Real Estate do Walmart e pela gestora de private equity imobiliário VBI. Na Devant, onde começou a trabalhar no início de setembro, o gestor também se tornou sócio.
Para colocar o fundo de pé, a Devant espera levantar entre 150 e 200 milhões de reais no IPO. “Já tem aparecido bons projetos e investidores interessados”, diz Eiras. Segundo ele, o fundo tem capacidade de crescer de 5 a 10 vezes até 2023.
“É para ser um fundo bem grande. Em 2 anos, ele pode ser um fundo de 1 bilhão ou 1,5 bilhão de reais tranquilamente. Vai depender das janelas de captação e boas oportunidades aparecerem. Estamos bem otimistas, mesmo com riscos fiscais e polarização política”, afirma.