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Deutsche muda HRT para “vender” e reduz preço-alvo

Motivo do rebaixamento seria a informação de que o poço da região de Cajazeira, no Amazonas, não tinha viabilidade comercial


	Funcionários da HRT: segundo a corretora, em geral, a empresa encontrou petróleo em poucos poços, e nenhum com volume que justificasse a exploração
 (Divulgação)

Funcionários da HRT: segundo a corretora, em geral, a empresa encontrou petróleo em poucos poços, e nenhum com volume que justificasse a exploração (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 11 de junho de 2013 às 11h34.

São Paulo - Em relatório assinado pelo analista Marcus Sequeira, a corretora do alemão Deutsche Bank mudou a recomendação para as ações ordinárias (ON, com voto) da petrolífera HRT de “manter” para “vender”. O motivo seria a informação de que o poço da região de Cajazeira, no Amazonas, não tinha viabilidade comercial.

Segundo a corretora, em geral, a HRT encontrou petróleo em poucos poços, e nenhum com volume que justificasse a exploração. A parte positiva foi a inclusão o campo de Polvo, do qual a empresa adquiriu 60% dos direitos de exploração, nos ativos da empresa. O novo preço-alvo para a HRT é de R$ 1,50, tomando por base a expectativa para o poço de Polvo e alguns valores em caixa.

No relatório, o analista revisa os preços de vários ativos do setor. A ação da OGX também foi rebaixada, de R$ 0,80 para R$ 0,70, e Queiroz Galvão, de R$ 17 para R$ 16. Já o preço de Braskem subiu de R$ 15 para R$ 19,00, Petrobras, de R$ 19 para R$ 21, e Ultrapar, de R$ 28 para R$ 31.

O relatório destaca que a HRT encontrou gás natural na Bacia do Solimões, mas ainda não há opções para a exploração comercial, já que os mercados consumidores são muito limitados na região e já atendidos pela Petrobras.

Já na Namíbia, a corretora destaca que o primeiro posso explorado não tinha volume comercial e que a qualidade da reserva na região seria muito menor do que o previsto. O segundo poço na região deverá ter seus resultados em 72 dias.

O Deutsche diz que já nem considerava os poços da Namíbia nas estimativas para a empresa, apenas os do Solimões.


A corretora destaca que a HRT, assim como a OGX, outra empresa pré-operacional de petróleo, possuem pouca disciplina financeira. E o fato de que a produção inicial de ambas ainda não se iniciou coloca as duas em uma situação delicada. O Deutsche manteve a recomendação de “vender” também para a OGX.

Segundo o banco alemão, as duas são grandes gastadoras, mas cada uma a seu modo: a OGX em investimentos e a HRT em despesas gerais e administrativas. A da HRT gira em torno de 10% das receitas, para 2% na OGX e na Queiroz Galvão. A empresa possui um laboratório próprio de análises geológicas, atividade que é terceirizada nas concorrentes. A HRT é também a que tem maiores investimentos em ativos, com a criação de uma companhia de transporte aéreo e equipamentos de perfuração, que agora estão sendo vendidos.

O Deutsche também chama a atenção para os altos custos com os executivos da HRT. Segundo a corretora, os números mostram uma elevada remuneração, incluindo salários e bônus. “O aumento das remunerações foi grande em 2012, apesar dos resultados das explorações terem vindo muito abaixo do esperado”.

No setor de energia, o banco alemão recomenda compra apenas para Queiroz Galvão QGEP e Ultrapar. As recomendações de “manter” vão para Petrobras, e Braskem, ambas com boas perspectivas no médio prazo.

Sobre o impacto do dólar nas empresas de energia, a corretora destaca a OGX, que possui a terceira maior posição de dívida em dólar do grupo, pelo seu elevado endividamento. Os pagamentos dessa dívida são semestrais, o que reduz o impacto no caixa. Mas o Deutsche nota que a OGX possui uma dívida vencendo no curto prazo, janeiro de 2014, de US$ 400 milhões, e mais R$ 200 milhões. “Dada a situação da empresa, vemos pouca chance de esses débitos serem rolados”, afirma o relatório.

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