Banco do Brasil: preço justo estimado pelos analistas do Deutsche Bank é de R$ 28,00 (Adriano Machado)
Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2014 às 16h17.
São Paulo - Após a divulgação de resultados do Banco do Brasil no quarto trimestre de 2013 e no acumulado do ano, analistas do banco de investimentos Deutsche Bank e da corretora Planner enviaram relatório a clientes recomendando a compra dos papéis do banco.
Segundo os analistas Mario Pierry e Tito Labarda, do Deutsche, tendo como base os resultados do ano passado, 2014 não deve ser um ano muito melhor. Além disso, a relação entre os ativos e o capital do banco ainda é relativamente baixa em comparação aos demais bancos grandes do varejo brasileiro, o que significa que o banco está mais alavancado que seus concorrentes, com menos espaço para crescimento da carteira de crédito.
Contudo, o Deutsche “continua vendo valor na soma das partes, recomendando a compra das ações”. O preço justo estimado pelos analistas do banco alemão é de R$ 28,00.
Já os analistas da corretora Planner, que também recomendam a compra dos papéis, têm uma estimativa de preço justo de R$ 31,30 por ação. Apesar da visão positiva, os analistas afirmam que os papéis podem repercutir os resultados de forma negativa no curto prazo.
No pregão de hoje, por volta das 15h15, as ações ordinárias (ON, com voto) do banco caíam 5,34%, a maior queda do Ibovespa, negociadas a R$ 20,73. O Ibovespa tinha queda de 1,81%, chegando a 47.343 pontos.
Projeções para 2014
Segundo os analistas, o banco estima um retorno sobre o patrimônio líquido entre 12% e 15% em 2014, com crescimento da margem financeira bruta entre 3% e 7%. Para as operações de crédito, a estimativa é de um crescimento entre 14% e 18%.
As provisões para devedores duvidosos devem crescer entre 2,7% e 3,1% no ano. Já as receitas com serviços devem ser entre 9% e 12% maiores no ano.
Segundo o BB, as estimativas para 2014 foram elaboradas considerando a rentabilização da carteira de clientes como forma de potencializar as receitas, a manutenção do atual modelo de negócios, que não considera novas aquisições ou parcerias estratégicas que possam a ser firmadas para exploração de segmentos específicos.
Resultado ajustado
O Banco do Brasil registrou, no quarto trimestre de 2013, um lucro líquido ajustado de R$ 2,424 bilhões, com um retorno sobre o patrimônio líquido médio anualizado de 14,2%. O lucro ficou 23,8% abaixo dos R$ 3,180 bilhões registrados no mesmo período em 2012, quando o retorno sobre o patrimônio foi de 21,2%.
Na comparação com o resultado do terceiro trimestre de 2013, o lucro foi 7,1% menor. Em 2013 o lucro ajustado ficou em R$ 10,353 bilhões e retorno de 15,0%. Houve queda de 10,2% em relação a 2012, quando o lucro líquido ajustado registrado foi de R$ 11,528 bilhões, com retorno de 18,7%.
Lucro contábil
O lucro líquido contábil no trimestre foi de R$ 3,025 bilhões, impactado negativamente pela provisão com demandas contingentes, de R$ 575 milhões, mas compensado pela venda de ações da Itapebi, Refis e outras, de R$ 1,176 bilhão, com consequente aumento do lucro em R$ 602 milhões.
Em 2013, principalmente com a venda de ações da BB Seguridade, que gerou um ganho de R$ 9,82 bilhões, o lucro líquido contábil cresceu 29,1% para R$ 15,758 bilhões.
As despesas com provisões para devedores duvidosos cresceram 7% no quarto trimestre em comparação com período anterior, e 15,2% em relação ao quarto trimestre de 2012, chegando a R$ 4,188 bilhões. Esse aumento fez com que a margem financeira líquida caísse 0,7% na comparação com o terceiro trimestre de 2013, chegando a R$ 7,773 bilhões.
As receitas de prestação de serviços cresceram 6,2% em relação ao quarto trimestre de 2012, como reflexo do crescimento dos negócios com cartões de crédito e de débito e da estratégia de reestruturação dos pacotes de serviços. O crescimento das despesas com pessoas e administrativas foi de 12,4% em 2013.
Crédito
A carteira de crédito ampliada do BB chegou a R$ 692,915 bilhões, com crescimento de 6,2% no quarto trimestre e de 19,3% no ano. O destaque foi o segmento do agronegócio, com alta de 34,1%. Já no segmento de pessoas físicas o crescimento foi de 10,6%, não atingindo as metas do banco, segundo a Planner.
O índice de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias ficou em 1,98% em 2013, ante 1,97% no fim do terceiro trimestre e 2,05% no fim de 2012.