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Desempenho operacional acelera e compensa impacto de juros no lucro da JSL (JSLG3) no 4º tri

Dos novos contratos, R$ 3,3 bilhões foram assinados nos últimos três meses de 2022

JSL: redução dos custos de insumos, como o preço dos combustíveis, ajudou (Divulgação/Divulgação)

JSL: redução dos custos de insumos, como o preço dos combustíveis, ajudou (Divulgação/Divulgação)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 14 de fevereiro de 2023 às 18h58.

Última atualização em 14 de fevereiro de 2023 às 19h42.

No quarto trimestre de 2022, o forte desempenho operacional foi capaz de anular o efeito negativo dos juros altos nos números finais da empresa de logística JSL (JSLG3), do grupo Simpar. A receita operacional da companhia saltou 24% no trimestre, para R$ 2 bilhões, levando a receita líquida a uma alta de 25%, para R$1,66 bilhão.  Já o lucro líquido chegou a R$ 110 milhões, um avanço de 74%.  

“Finalmente um lucro bom. Vínhamos com bons resultados operacionais, mas por causa da curva de juros não aparecia”, destaca Ramon Alcaraz, presidente da JSL, em entrevista à EXAME Invest. O Ebitda, que é o lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização, cresceu 45%, para R$ 319,2 milhões.  

"“Juros altos sempre vão impactar o lucro, porque somos uma empresa em franco crescimento, o que exige investimento. Resultado operacional conseguiu ser tão bom que deu neutralidade no efeito de juros, mas lucro poderia ser ainda melhor se não fosse isso”.  "Ramon Alcaraz, CEO da JSL

O desempenho no quarto trimestre concluiu o bom ano da companhia. Com R$ 6 bilhões em novos contratos fechados, R$ 3,3 bilhões foram assinados nos últimos três meses de 2022. Isso, explica Alcaraz, é o que já garante um 2023 com crescimento, dado que as receitas devem ser capturadas a partir deste ano.  

Em 2022, a receita bruta da JSL cresceu 38,6% atingindo R$ 7,1 bilhões, enquanto o lucro líquido somou R$ 223,5 milhões, em estabilidade com 2021.  

O que também beneficiou os números do último trimestre foi a redução dos custos de insumos, como o preço dos combustíveis. O diesel, por exemplo, passou a ser subsidiado pelo governo federal a partir do segundo semestre em 2022. Neste ano, o novo governo Lula manteve o benefício para o combustível.  

Além disso, a companhia viu contribuições de duas frentes em que tem aumentado a aposta: internacionalização e digitalização. No primeiro tópico, a empresa tem visto crescimento na operação na África do Sul, iniciada em 2021. Isso deve abrir portas para mais mercados além dos países de fronteira com o Brasil, onde já opera há mais tempo. Já na frente digital, operações como a da Truckpad, comprada em maio, trazem mais serviços aos clientes e vantagens competitivas, diz o executivo.  

Sem efeito Americanas 

De acordo com o executivo, as indústrias com as quais a JSL trabalha continuam crescendo. Atualmente, a companhia atende 16 setores diferentes, com serviços de logística desde transporte a armazenagem.  

Entre os destaques positivos estão os clientes de commodities, como papel e celulose e mineração, que vivem momento forte, argumenta Alcaraz. O começo de ano também foi “ok” para a indústria de alimentos e bebidas e mesmo a automotiva, que “está um pouco mais complexa”, vai bem, segundo ele.  

Com a varejista Americanas entre os clientes, Alcaraz diz que a JSL não consta na lista de credores, dado que não tem efeito do pedido de recuperação judicial na companhia de transporte. “A contratação e o pagamento são em curto espaço de tempo, relativamente”, diz, afirmando ser um dos fornecedores de serviços para a empresa agora na Páscoa, importante data de vendas da companhia.  

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