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Desdobramentos do pacote fiscal, Focus e expectativa com PIB: o que move o mercado

Mercado segue digerindo pacote fiscal e seus desdobramentos e já olha para o que pode sinalizar o indicador de atividade econômico a ser dibulgado na terça-feira

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 2 de dezembro de 2024 às 07h49.

Última atualização em 2 de dezembro de 2024 às 08h16.

Nesta segunda-feira, 2, o divulgação Boletim Focus ganha atenção especial. Há expectativa de entender o olhar das principais instituições financeiras para juros, inflação e crescimento econômico logo após a divulgação do pacote de corte de gastos anunciado pelo governo.

Anunciado na quinta-feira, o pacote causou reação adversa no mercado e fez o dólar passar do R$ 6,00 e a curva de juros se abrir.

No último Boletim Focus, de 25 de novembro, a projeção de inflação passou de 4,12% para 4,34% ao fim de 2025, enquanto a Selic foi de 12% para 12,25% ao fim do mesmo ano. A divulgação do novo relatório que reúne as projeções de cerca de 100 instituições financeiras acontece até as 8h30.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e outros integrantes do governo tentam reverter a reação amarga do mercado em relação ao plano. Em evento da Febraban na sexta-feira, 29, Haddad afirmou que pacote fiscal "não é bala de prata" e sinalizou que pode "voltar para a planilha" em caso de "problemas de cálculo".

A projeção do governo é de que as medidas anunciadas gerem uma economia de R$ 70 bilhões em dois anos, mas o anúncio da isenção de Imposto de Renda para salários até R$ 5 mil e a taxação para renda acima de R$ 50 mil geraram ruído.

"Se o pacote fosse suficiente para sanear, ainda que minimamente, as contas públicas, bastaria reafirmar os cálculos, pois a rápida perspectiva de aprovação já seria suficiente para reverter a deterioração dos ativos. Ressalte-se que, se o pacote fosse realmente eficaz, talvez nem houvesse piora nos ativos", escreve o time da Ativa Investimentos.

Na terça-feira, 3, o IBGE divulga os números do PIB do terceiro trimestre. A expectativa é de que haja uma aceleração da atividade econômica brasileira, com o crescimento do PIB superando o patamar de 4% na comparação anual, enquanto o avanço sobre o segundo trimestre pode ficar entre 0,8% e 1%.

Outros indicadores locais esperados para esta semana são o Índice de Confiança Empresarial de novembro e a Pesquisa Industrial Mensal (PMI) de outubro, que deve ser divulgada pelo IBGE na quinta-feira.

No exterior, as Bolsas da Ásia fecharam majoritariamento em alta após os índices de gerentes de compra indicarem confiança na recuperação da economia chinesa. Ainda na Ásia, o minério de ferrio fechou em alta de 1,26% em Dalian, na China, cotado a US$ 110,86 por tonelada, o que pode dar fôlego aos papéis da commodity na Bolsa brasileira no pregão desta segunda-feira.

As cotações do petróleo também estão subindo com as indicações de atividade industrial mais forte na China e em meio à escalada das tensões no Oriente Médio. Os contratos de fevereiro do Brent sobem 0,84%, para US$ 72,44 e os do WTI para janeiro, 0,81%, para US$ 68,55.

Na Europa, porém, a Bolsa de Paris recua 1% com a extrema-direita aumentando o tom e ameaçando o primeiro-ministro francês, Michel Barnier, por divergências sobre o orçamento de 2025.

O Dow Jones Futuro abriu os trabalhos de dezembro em queda, com investidores atentos à divulgação de indicadores do mercado de trabalho nos Estados Unidos, que incluem o relatório JOLTS, o ADP de emprego privado e o payroll.

O mercado americano também qguarda a divulgação do Livro Bege, na quarta-feira às 16h. O documento traz um olhar mais detalhado sobre as condições econômicas em cada distrito do Federal Reserve.

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