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Desdobramento de ações: o que é e quando ele é vantajoso

Mecanismo torna os papéis de uma empresa mais acessíveis; Magazine Luiza e Banco Inter estão entre os 38 ativos que fizeram operação desde o começo do ano

Mercado de ações (Getty Images/Getty Images)

Mercado de ações (Getty Images/Getty Images)

TL

Tais Laporta

Publicado em 7 de agosto de 2019 às 07h30.

Última atualização em 7 de agosto de 2019 às 07h30.

O desdobramento de ações é uma das modas da bolsa brasileira em 2019. Em 2019, já foram 38 operações do tipo na B3 até o início de agosto, incluindo papéis de companhias como Magazine Luiza, Lojas Renner e Banco Inter. Geralmente, são empresas que já passaram por uma forte valorização na bolsa e veem perspectivas de uma alta ainda maior.

Do inglês split, o mecanismo é bastante utilizado quando a companhia entende que o preço de suas ações está elevado demais – o que pode dificultar a entrada de novos investidores. 

O desdobramento de ações é um processo no qual a empresa divide seus papéis em várias “partes”, como as fatias de um bolo. Isso faz com que o número de ações disponíveis aumente e o valor de cada papel caia na mesma proporção. Um dos objetivos é deixar o preço mais acessível ao investidor, mas sem alterar o valor do papel, embora o preço caia.

“A ação não fica mais barata, já que preço e valor são coisas distintas”, esclarece o analista da Genial Investimentos Filipe Villegas. Para o acionista, essa divisão não faz diferença e o fundamento da empresa continua o mesmo. Nada muda no capital social da empresa.

Sendo assim, com qual finalidade uma companhia da bolsa decide fazer esse tipo de operação? Veja abaixo os principais motivos:

  • Ampliar o número de ações disponíveis, abrindo espaço para um número maior de acionistas ter posse dos papéis;
  • Tornar a ação mais acessível, atraindo mais investidores e aumentando a liquidez (facilidade de negociação);
  • Melhorar o potencial de valorização do papel, uma vez que o preço antes do desdobramento costuma estar alto;

Caso Magalu: de 277 para 36 reais 

O caso mais recente foi o do varejista Magazine Luiza, que desdobrou seus papéis em uma proporção de 8 por 1. Dessa forma, cada ação da companhia foi dividida em oito partes, de modo que ela passou a ser negociada de cerca de R$ 277 para em torno de R$ 36. A ação do grupo avançou mais de 5% após a operação.

Quem tinha uma ação MGLU3 em 5 de agosto passou a ter oito no dia seguinte, mas com um preço muito menor.

O que mudou foi a acessibilidade do papel. Antes, para um investidor comprar um lote padrão de 100 ações de Magalu era preciso ter em torno de R$ 27 mil. Com o desdobramento, o mesmo lote cai para cerca de R$ 3,6 mil. Segundo Villegas, a empresa consegue dessa forma atingir um novo nicho de investidores. 

Não foi a primeira vez que a empresa recorreu ao mecanismo. Em agosto de 2017, o Magalu desdobrou os papéis na mesma proporção quando a cotação chegou em espantosos R$ 450 por papel.

“A tendência é facilitar a disponibilidade das ações e torná-las mais negociadas para futuramente ganhar mais relevância no Ibovespa”, explica o analista da Genial.

Ao comprar uma ação, o investidor sempre olha pra frente, ou seja, o potencial de geração de caixa e lucro futuro da empresa e em quanto tempo ele terá o capital investido de volta. Segundo Villegas, o preço acaba sendo consequência disso.

O desdobramento também pode ter um objetivo diferente, como foi o caso do Banco Inter. A instituição financeira desdobrou suas ações em uma proporção de 6 para 1, para depois transformá-las em units, uma espécie de pacote que reúne ações ordinárias (ON) e preferenciais (PN). No caso do Inter, cada unit continha duas PN e uma ON. A vantagem das units é que elas geralmente são negociadas com mais facilidade.

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