Mercados

Desaceleração nos EUA derruba bolsas e Ibovespa volta a cair

Índice de atividade industrial americana atingiu menor nível desde 2009 e frustrou o mercado, que esperava por recuperação

Menor atividade industrial americana derrubou Ibovespa, que, sem conseguir reagir, fechou em queda (Paulo Whitaker/Reuters)

Menor atividade industrial americana derrubou Ibovespa, que, sem conseguir reagir, fechou em queda (Paulo Whitaker/Reuters)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 1 de outubro de 2019 às 18h09.

Última atualização em 1 de outubro de 2019 às 18h27.

A Bolsa até chegou a esboçar uma recuperação no início do dia, mas, ainda pela manhã, a onda de pessimismo tomou conta e encobriu qualquer possibilidade de alta na sessão. O movimento de baixa passou a tomar força por volta das 11h, após a divulgação do ISM industrial dos Estados Unidos de setembro, que se apresentou abaixo do esperado pelo mercado. Em agosto, o índice ficou em 49,1 pontos e a expectativa era de recuperação, mas o ISM do último mês teve queda e foi a 47,1 pontos – o menor nível desde 2009.

Possível consequência do conflito comercial entre China e Estados Unidos, o resultado pressionou as bolsas do mundo inteiro. Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones caiu 1,03% 25 minutos após a divulgação do ISM. No Brasil, a Bolsa recuou 0,63% em dez minutos. O ritmo persistiu, e o Ibovespa terminou o dia em baixa de 0,66%, a 104.053,40 pontos. É a terceira sessão seguida que o índice não consegue fechar no azul. Já o dólar interrompeu a sequência de quedas e subiu 0,166%, a 4,1624 reais na venda.

Antes do ISM americano, o IBGE publicou a pesquisa industrial mensal, que apontou aumento da atividade da indústria brasileira em 0,8% em agosto, puxado pelo setor de extração, que cresceu 6,6% no mês. “A divulgação do número efetivo surpreendeu a todos. Também vale a extração mineral também apresentou alta na margem, interrompendo uma sequência de 3 meses”, escreveu em boletim a clientes Ronaldo Guimarães, sócio diretor da Modalmais.

No entanto, nem isso fez com que os papeis da Vale ou da Petrobras se apreciassem. Enquanto a ação da mineradora ficou praticamente estável, a da petrolífera recuou 0,56% em meio à desvalorização do preço do petróleo. As ações da Usiminas subiram 3,32% e as Gerdau, 1%.

Com grande peso na carteira do Ibovespa, os bancos puxaram a queda do índice. A ação preferencial do ItaúUnibanco caiu 2,31%. Sozinha ela representa 9,17% do índice. Bradesco, Banco do Brasil e Santander também se depreciaram.

Na Bolsa, as ações de frigoríficos foram impactadas pela nova fase da Operação Carne Fraca, que apura propina de empresas do setor a 60 fiscais ligados ao Ministério do Meio Ambiente. A BRF, que vem colaborando com a investigação, admitiu ao Ministério Público ter sido beneficiada pelo esquema. As ações da companhia caíram 0,55%.

Por outro lado, os ativos de seus principais concorrentes ficaram ainda mais valiosos na Bolsa.  As ações da Marfrig puxaram a alta e se valorizaram 5,72%, enquanto as da JBS e da Minerva subiram 0,49% e 1,63%, respectivamente.

Em meio a menores taxas para financiamento imobiliário, as ações da MRV chegaram a subir mais de 4% no pregão, mas o ânimo murchou não aguentou até o fim do dia, e fecharam com alta de 1,81%. Também do setor, os papeis da EZ Tec se apreciaram 0,83% e os da Cyrela, 0,79%, os da Tecnisa caíram 1,61%.

Acompanhe tudo sobre:B3BRFDólarIbovespaOperação Carne Fraca

Mais de Mercados

"O Brasil deveria ser um país permanentemente reformador", diz Ana Paula Vescovi

Tesla bate US$ 1 trilhão em valor de mercado após rali por vitória de Trump

Mobly assume controle da Tok&Stok com plano de sinergias e reestruturação financeira

Trump não deverá frear o crescimento da China, diz economista-chefe do Santander