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Desaceleração da inflação tira prêmio de DIs curtos

Ao término da negociação normal na BM&F, o DI de janeiro de 2013 cedia a 10,41%, de 10,48% na sexta-feira

Pregão da Bovespa (Marcel Salim/EXAME.com)

Pregão da Bovespa (Marcel Salim/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2011 às 17h59.

São Paulo - Os investidores em juros futuros não se deixaram levar apenas pela melhora dos mercados externos e concentraram suas atenções nos dados de inflação corrente, que indicaram desaceleração, e na pequena melhora de expectativas trazida hoje pelo Boletim Focus do Banco Central. O otimismo com a reunião de Cúpula da União Europeia, na próxima quarta-feira, impôs pressão altista nas commodities, mas se refletiu apenas nas taxas longas do mercado de juros. Assim, os DIs curtos e intermediários tiveram pequena devolução de prêmios, enquanto a parte longa da curva a termo mostrou as taxas perto do ajuste de sexta-feira, com leve viés de alta.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 (179.630 contratos) cedia a 10,41%, de 10,48% na sexta-feira, enquanto o DI janeiro de 2014, com giro de 64.275 contratos, recuava para 10,63%, de 10,69%. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (15.850 contratos) indicava 11,24%, de 11,23% no ajuste de sexta-feira, e o DI janeiro de 2021 (1.710 contratos) marcava 11,29%, de 11,27%.


A pesquisa Focus conhecida hoje mostrou que a projeção para o IPCA deste ano registrou leve queda para 6,50% - em cima do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional -, ante 6,52% na semana anterior. Além disso, as expectativas para 2012 cederam de 5,61% para 5,60% - primeiro recuo após sete semanas seguidas de aumento das estimativas. "Se não é uma grande melhora, é uma pausa na piora e isso pode ser significativo", afirmou um operador. As expectativas para a taxa Selic em 2011 e 2012 foram mantidas em 11,00% e 10,50%, respectivamente.

Os números referentes aos preços correntes também foram positivos para o quadro inflacionário. A Fundação Getúlio Vargas informou que o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) registrou taxa de inflação de 0,31% na terceira quadrissemana do mês, ante 0,39% na segunda leitura de outubro. O maior destaque para o movimento de desaceleração veio novamente do grupo Alimentação, que teve variação positiva de apenas 0,03%, bem menor que a de 0,17% da segunda quadrissemana de outubro. Diante deste quadro, o coordenador do IPC-S, Paulo Picchetti, reduziu de 0,50% para 0,30% a expectativa para a inflação de outubro medida pelo indicador.


Lá fora, prevaleceu o otimismo com a reunião de cúpula da UE. Ainda que nada de concreto tenha saído do primeiro encontro, ontem, a percepção, segundo informações veiculadas no final de semana, é de que os líderes da região definam um desconto de 50% para os detentores da dívida da Grécia, baseado em uma reestruturação 'voluntária', estabeleçam recapitalização de bancos da ordem de 108 bilhões de euros e utilização da Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês) na forma de uma seguradora.

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