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Depois de susto com Trump, José Cuervo retoma planos para IPO

Quase 75% de tudo o que é produzido pela empresa têm como destino os Estados Unidos e o Canadá; receio com Trump fez empresa adiar IPO duas vezes

José Cuervo: maior produtora de tequila no mundo (Susana Gonzalez/Bloomberg)

José Cuervo: maior produtora de tequila no mundo (Susana Gonzalez/Bloomberg)

Rita Azevedo

Rita Azevedo

Publicado em 25 de janeiro de 2017 às 12h58.

São Paulo — A mexicana Becle, dona da tequila José Cuervo, deve retomar o processo de abertura de capital no início de fevereiro. No ano passado, a maior produtora de tequila do mundo adiou seu IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) duas vezes após a vitória de Donald Trump nas eleições norte-americanas.

De acordo com fontes consultadas pela agência Reuters, a Becle deve fixar os preços das ações já no próximo dia 8. O valor estaria na faixa de 30 a 34 pesos por papel. A expectativa é que o IPO renda à empresa até 1 bilhão de dólares.

Conhecida mundialmente, a tequila começou a ser produzida há mais de 250 anos por José Antonio de Cuervo y Valdés, em uma cidadezinha mexicana que leva o mesmo nome da bebida, no estado de Jalisca. Até hoje, a fabricação do destilado é controlada por herdeiros de José Cuervo.

Futuro com Trump

Quase 75% de tudo o que é produzido e comercializado pela Bacle têm como destino os Estados Unidos e o Canadá. Por isso, qualquer movimentação de Trump para modificar acordos com o México deve impactar diretamente a produtora de bebidas.

As perspectivas não são as melhores. No último domingo (22), Trump disse que pretende renegociar o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, em inglês), sob o qual o Canadá e o México enviam a maior parte de suas exportações para os Estados Unidos.

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