S&P 500: projeções variam entre 4,2 mil pontos a 5 mil pontos
Repórter de Invest
Publicado em 21 de janeiro de 2024 às 08h00.
Depois de atingir o recorde histórico na sexta-feira, 19, o S&P 500 pode ter ainda margem para subir mais. Pelo menos é essa a previsão de parte do mercado, cujas projeções apontam que o índice pode ultrapassar a barreira dos 5 mil pontos em 2024 — mas há quem esteja um pouco mais cauteloso.
O Bank Of America (BofA) está no campo das estimativas mais positivas. Em relatório, os analistas lembram que em anos de eleições presidenciais, que é o caso deste, o S&P 500 costuma apresentar altas durante 75% desse período. Com as eleições, o índice apresenta um retorno médio de 7,5%, e uma taxa mediana de retorno ainda mais forte, de 10,7% (considerando 24 ciclos eleitorais entre 1928 a 2020).
“Usando o retorno médio como guia, isso equivale a um S&P 500 a 5.120 pontos. Considerando a mediana, a pontuação pode chegar a 5.270 pontos”, dizem os analistas. Ainda assim, eles alertam que mesmo em anos eleitorais, o índice pode enfrentar dificuldades nos cinco primeiros meses do ano. “Isso ocorre antes de retornos muito mais fortes pelo resto do ano, pontuados por um rally de verão, entre junho e agosto, e um alívio pós-eleição de novembro a dezembro.”
Outra instituição a projetar o S&P 500 em alta é o Santander, cujo preço-alvo para 2024 é de 5.250 pontos com base em fundamentos micro e macroeconômicos. O banco destaca que a performance do índice no ano passado foi positivamente impactada pelas chamadas Sete Magníficas, repercutindo os desdobramentos no campo da Inteligência Artificial (IA) generativa.
“Atribuindo pesos iguais para todas as ações constituintes do S&P 500 –, a nossa percepção é que as ações com maior exposição à economia doméstica e com um maior viés de ‘valor’ permanecem descontadas e possuem um potencial de reprecificação ao longo de 2024”, dizem os analistas do banco espanhol.
O Goldman Sachs também está otimista com o principal índice da bolsa de valores americana, mas é um pouco mais modesto que o BofA e o Santander. O principal ponto de destaque, para eles, é a desaceleração da inflação e o afrouxamento na taxa de juro pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano).
“Prevemos que o lucro por ação do S&P 500 crescerá 5% para US$ 237 em 2024”, dizem os analistas. Já o preço-alvo para o índice, de acordo com as previsões do banco, é de que ele atinja os 5.100 pontos até o final do ano.
Outro banco a fazer projeções sobre o principal índice da bolsa de valores americana foi o BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME). Segundo os analistas, a expectativa é de que o índice chegue aos 4.840 pontos até o final de 2024. Mas eles pontuam que há margem para que a pontuação possa ir além.
“Se os dados macroeconômicos indicarem uma atividade econômica moderadamente robusta no Estados Unidos, que apoie o desempenho operacional das empresas, juntamente com números de inflação, nosso preço-alvo para o S&P 500 pode se revelar um pouco subestimado (indo para um intervalo entre 5.058 a 5.323 pontos).”
Ainda assim, os analistas frisam que para o próximo ano o entusiasmo está maior em relação a setores e ações específicas, do que propriamente com o nível do índice. O banco aposta nas seguintes áreas para investimento: Inteligência Artificial, computação em nuvem e cibersegurança.
Mas nem tudo são flores para o índice. Isso porque as projeções do J.P Morgan estão entre as mais pessimistas do mercado. Os analistas do banco consideram a queda da bolsa americana como o cenário mais provável para este ano.
"Não estamos otimistas quanto ao desempenho dos ativos de risco e às perspectivas macro para os próximos 12 meses. A principal razão é que o choque nas taxas de juro (ao longo dos últimos 18 meses) terá um impacto negativo na atividade", dizem.
Diante disso, a projeção do J.P Morgan é de que o S&P 500 deve encerrar o ano aos 4.200 pontos, 12% abaixo do obtido em 2023.