SUQIAN, CHINA - APRIL 10, 2024 - Illustration Intel unveils Gaudi 3 chip, Suqian, Jiangsu province, China, April 10, 2024. (Photo credit should read CFOTO/Future Publishing via Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 24 de setembro de 2025 às 20h34.
A Intel, que vem enfrentando dificuldades para manter sua liderança no setor de chips, abordou a Apple em busca de um investimento na empresa, segundo fontes ouvidas pela Bloomberg nesta quarta-feira, 24.
As empresas de tecnologia também discutiram maneiras de expandir sua colaboração, conforme a reportagem, que ressalta que as negociações ainda estão em estágio inicial e podem não resultar em um acordo.
O acordo ocorreria menos de uma semana da Nvidia anunciar que investirá US$ 5 bilhões na Intel como parte de um acordo de desenvolvimento de chips para data centers e PCs. Para o mercado, o gesto sugere mais do que uma aliança técnica: a Nvidia pode ser a força capaz de salvar o fatigado negócio de manufatura da Intel.
O SoftBank, gigante japones de tecnologia, também anunciou um investimento de US$ 2 bilhões na fabricante de chips no mês passado.
Agora, a Apple pode se juntar a Nvidia, SoftBank e ao governo dos EUA no apoio à recuperação da Intel. As ações da Intel, que haviam atingido seu ponto mais baixo em mais de uma década no início deste ano, começaram a se recuperar após receber suporte do governo de Trump, que agora tem uma fatia de 10% da empresa.
O governo dos EUA investiu US$ 8,9 bilhões na Intel, comprando 433,3 milhões de ações. A participação da Casa Branca está avaliada em US$ 13,2 bilhões, com as ações cotadas a US$ 30,57. No entanto, um alto funcionário da Casa Branca esclareceu à CNBC que o governo não está envolvido no novo acordo entre a Nvidia e a Intel.
O maior obstáculo da Intel continua sendo seu negócio de fundição — uma tentativa de se posicionar como alternativa à TSMC para empresas como Apple, Nvidia e Samsung. O projeto, lançado há quatro anos, ainda não atraiu um único cliente estratégico.
A produção também segue atrasada. Durante a última teleconferência, o CEO Lip-Bu Tan admitiu que a nova geração de chips não pode ser sustentada apenas com a demanda interna. A Intel precisa vender para terceiros.
Mas, apesar da aproximação, a Nvidia não se comprometeu a usar as fábricas da Intel. Questionados sobre isso durante coletiva de imprensa, Tan e Jensen Huang, CEO da Nvidia, evitaram respostas diretas. Huang preferiu elogiar a concorrência: classificou a produção da TSMC como “mágica”.
Os executivos e acionistas da Intel têm bons motivos para respirar aliviados nesta semana. Mas ninguém, nem mesmo seus parceiros, está dizendo que a empresa virou o jogo. Pelo menos, não ainda.