Hidrelétrica da AES Tietê (foto/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 19 de outubro de 2012 às 08h30.
São Paulo/Brasília - A determinação do governo de que companhias elétricas façam uma redução em suas tarifas começa a afetar os títulos de dívida das empresas do setor após a perda de US$ 9,5 bilhões no mercado de ações.
Investidores do mercado de renda fixa exigiram que a Eletropaulo Metropolitana Eletricidade de São Paulo SA, maior distribuidora de energia do País, pagasse um spread adicional de 0,15 ponto percentual no rendimento das debêntures de seis anos emitidas este mês a uma taxa de cerca de 8,4 por cento. A empresa flexibilizou os termos da dívida, permitindo-se apresentar fluxos de caixa menores nos próximos anos sem ter que automaticamente acionar a cláusula de pré-pagamento dos títulos.
As elétricas estão se preparando para uma queda na receita depois que a presidente Dilma Rousseff anunciou no mês passado seu plano para reduzir os custos da energia elétrica no país, hoje entre os mais altos do mundo. A intenção do governo de cortar as tarifas em até 28 por cento para tornar a indústria mais competitiva, controlar e inflação e estimular o crescimento está levando investidores a reavaliarem o risco do setor elétrico.
“Empresas estão se protegendo com a adoção de estratégias para fluxo de caixa, alavancagem, para se preparar para este novo cenário com expectativas de lucratividade menor”, disse Felipe Queiroz, economista da Austin Ratings, em entrevista por telefone de São Paulo. “Há uma mudança institucional no setor.”
Um assessor de imprensa da Eletropaulo, que pediu para não ser identificado em obediência à política interna, não quis comentar a emissão de debêntures devido ao período de silêncio.