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De vilãs do S&P 500 ao topo de Wall Street: como as big techs reacenderam o mercado

Sete empresas respondem por 50% da alta do S&P 500 e voltam a atrair investidores

Apple: empresa deve se beneficiar acima do S&P 500 (Leandro Fonseca/Exame)

Apple: empresa deve se beneficiar acima do S&P 500 (Leandro Fonseca/Exame)

Publicado em 2 de junho de 2025 às 07h03.

As empresas do setor de tecnologia puxaram quase sozinhas o crescimento dos lucros no primeiro trimestre de 2025, segundo o mais recente relatório da FactSet.

As chamadas “Magnificent Seven”Apple, Microsoft, Nvidia, Meta, Alphabet, Amazon e Tesla — registraram, em média, alta de 27,7% nos lucros, superando as estimativas do mercado em 14,9%.

Entre as empresas com maior impacto positivo sobre o crescimento do S&P 500 no trimestre, três são do grupo das magníficas: Alphabet, Amazon e Nvidia. Segundo a FactSet, o índice geral teve alta de 5,9% nos lucros — o maior avanço desde o segundo trimestre de 2022.

Apenas o setor de tecnologia foi responsável por mais da metade do crescimento total do S&P 500 neste início de ano, com aumento de 25,6% no lucro. Por outro lado, setores como energia e materiais puxaram o índice para baixo, com quedas de 25,4% e 13,7%, respectivamente.

A volta por cima

A reviravolta das big techs também se reflete nos preços das ações. Após levarem o S&P 500 à beira de um mercado de baixa em abril, as mesmas empresas lideram agora a retomada do índice, que está a apenas 4% de sua máxima histórica de fevereiro.

Segundo a Bloomberg, desde a queda de 8 de abril, o S&P 500 acumula alta de 19%, e as Magnificent Seven respondem por quase metade desse ganho. Empresas como Tesla, Nvidia e Microsoft subiram 56%, 40% e 30%, respectivamente, no período.

O grupo também voltou a superar o desempenho médio do índice nas últimas oito semanas, embora ainda esteja atrás no acumulado do ano.

Projeções até 2026 mostram perda de fôlego

Apesar dos resultados recentes, as previsões para os próximos trimestres indicam uma desaceleração expressiva no ritmo de crescimento. A expectativa da FactSet é de que os lucros das big techs avancem apenas 14% no segundo trimestre. Para os trimestres seguintes, as projeções são ainda mais modestas: 8,9%, 10,6% e 10,2% .

Projeções de longo prazo, compartilhadas por PS Lee, professor responsável pelo departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Nacional de Singapura (NUS, na sigla em inglês), também mostram essa tendência:

  • Big Techs
    2023: 57%
    2024: 37%
    2025: 19%
    2026: 13%

  • S&P 500
    2023: 4%
    2024: 6%
    2025: 11%
    2026: 9%

A FactSet, por sua vez, prevê crescimento de 9,1% para o S&P 500 em 2025 e 13,5% em 2026, abaixo do ritmo esperado para as gigantes da tecnologia .

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Enquanto isso, os múltiplos de mercado seguem elevados: o índice de preço sobre lucro (P/E) das Magnificent Seven está em 30 vezes os lucros projetados, contra 21,3 vezes do S&P 500 — já acima da média de 18,4 vezes da última década.

Mesmo com expectativas mais contidas, as big techs devem manter a liderança no crescimento de lucros do mercado americano, com projeção de 15% em 2025 — o dobro da média do S&P 500.

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