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De US$ 3,5 milhões a US$ 4 bilhões: a gestora que fez fortuna na maior transação feita pelo Google

Caso da Index Ventures reforça uma velha máxima do Vale do Silício: os maiores retornos vêm dos investimentos nos estágios mais iniciais, quando ainda há muito risco e incerteza

Google: em 2020, empresa estabeleceu uma meta de aumentar em 30% a presença de funcionários negros, latinos e indígenas em cargos de liderança (Greg Baker/AFP)

Google: em 2020, empresa estabeleceu uma meta de aumentar em 30% a presença de funcionários negros, latinos e indígenas em cargos de liderança (Greg Baker/AFP)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 22 de março de 2025 às 11h13.

Em janeiro de 2020, a Index Ventures investiu US$ 3,5 milhões numa nova startup de cibersegurança, que sequer tinha nome. O gestor do fundo de venture capital do Vale do Silício Shardul Shah, então com 37 anos, tinha apenas uma convicção: a confiança em Assaf Rappaport, empreendedor israelense em que apostava há anos.

Cinco anos depois, esse cheque se transformaria em um retorno 250 vezes maior. A empresa, batizada de Wiz, foi comprada nesta semana pela Alphabet, dona do Google, por impressionantes US$ 32 bilhões, marcando a maior aquisição da história da big tech.

A fatia inicial da Index Ventures, que valia menos de US$ 4 milhões, agora representa US$ 875 milhões.

Mas o fundo não parou por aí. A cada nova rodada de investimentos da Wiz, a gestora dobrou sua aposta — ao todo, foram US$ 245 milhões aplicados, que agora valem US$ 4,3 bilhões. Com uma participação de 13%, a Index se tornou o maior acionista externo da startup. As informações são do The Wall Street Journal.

Esse tipo de história era mais comum durante os anos dourados do Vale do Silício, quando saídas bilionárias de startups impulsionavam o prestígio dos fundos de venture capital. Atualmente, com o mercado de IPOs em baixa e startups valiosas como Stripe e SpaceX adiando indefinidamente sua estreia na bolsa, transações como essa viraram raridade.

Além disso, o negócio da Google ainda precisa ser aprovado por órgãos reguladores nos EUA — um processo que pode levar anos.

A jornada da Wiz começou de forma modesta, com o nome provisório “Beyond Networks” e foco em segurança de redes. Após uma guinada estratégica, a empresa passou a oferecer soluções para identificar vulnerabilidades em serviços de nuvem como AWS e Azure — um mercado em plena ascensão. Grandes clientes como Barclays e Mars aderiram rapidamente. Em 2022, a empresa já se autointitulava “a startup de software que mais cresce no mundo”.

O poder das rodadas iniciais

A aposta certeira de Shah em Assaf Rappaport não surgiu do nada. Ele já havia apoiado o empreendedor em sua primeira empresa, a Adallom, vendida para a Microsoft por US$ 320 milhões — um resultado modesto, mas suficiente para convencer Shah do talento raro do fundador. Dessa vez, a história teve um final muito mais lucrativo.

O caso da Index Ventures reforça uma velha máxima do venture capital: os maiores retornos vêm dos investimentos nos estágios mais iniciais — quando ainda há risco e incerteza.

Os US$ 45 milhões iniciais aplicados na Wiz geraram múltiplos bilionários, enquanto os US$ 200 milhões colocados nas rodadas posteriores renderam menos da metade desse valor.

Apesar de não alcançar os recordes históricos de apostas como a da Benchmark no Uber ou da Andreessen Horowitz na Coinbase, o retorno da Index impressiona pela velocidade: de um telefonema em 2020 a uma das maiores aquisições do setor em apenas cinco anos.

Se o acordo com o Google for aprovado, ele poderá reacender o apetite do mercado por saídas de alto impacto — e lembrar aos investidores que, no universo das startups, os primeiros a acreditar ainda podem ser os que mais ganham.

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